“Jesus disse-lhes, então: ‘Por isso, todo o doutor da Lei instruído acerca do Reino do Céu é semelhante a um pai de família, que tira coisas novas e velhas do seu tesouro’.” (Mateus 13,52)
Nesta passagem, Cristo fala daqueles que são “instruídos” no ensinamento cristão, e ministram a partir “deste tesouro” de alguma forma. Considero estas palavras relevantes para qualquer um de nós, mais ou menos intelectuais, que não se contentam apenas em crer, mas fazem um esforço para aprender sobre a fé, e estudam-na longamente. Este estudo obriga-nos então a partilhar este conhecimento, a trazer à luz a partir deste tesouro, de uma forma ou de outra — quer sejamos presbíteros ou não. Mesmo que o meu “ministério” seja apenas para mim mesmo, eu trago à luz a partir do armazém do meu coração e da minha mente, de alguma forma.
O que me impressiona hoje nesta passagem é que Jesus menciona trazer à luz “coisas novas”, — e não apenas “velhas”. Na realidade, Ele menciona primeiro as “novas”. E, como muitos comentaristas fizeram notar, Ele não se refere ao “Antigo” Testamento e ao “Novo”. O que Ele quer dizer é que, a par da sabedoria “antiga” da Tradição, sou chamado sempre a novos conhecimentos sobre a mesma, em situações sempre novas, dia a dia. Não sou chamado apenas a repetir o que foi dito ou pensado no passado, mas a viver a minha fé de novo todos os dias, dando novo nascimento, no meu próprio contexto, no contexto da Igreja de hoje, à Palavra de Deus. É por isso que a Mãe de Deus é classicamente vista como um símbolo da Igreja, que, a cada nova geração, dá novo nascimento à Palavra de Deus.
Essa é uma perspectiva desafiadora e excitante. Por isso, sou recordado hoje de acolhê-la, trazendo à luz os tesouros da Palavra de Deus no contexto da minha própria vida, de formas sempre novas.
Versão brasileira: João Antunes
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