O NOSSO JULGAMENTO É MAIS SEVERO QUE O DE DEUS

Então Deus disse a Jonas: ‘Julgas tu que tens razão para te indignares por causa deste pé-de-mamona?’. Jonas respondeu: ‘Sim, tenho razão para me indignar até desejar a morte’. Disse-lhe Deus: ‘Sentes pena de um pé-de-mamona que não te custou trabalho algum para o fazeres crescer, que nasceu numa noite, e numa noite pereceu! E não hei-de Eu compadecer-me da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem distinguir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e um grande número de animais?’.” (Jonas 4,9ss)

Amo a história do Profeta Jonas, que foi enviado a Nínive para profetizar a sua destruição por Deus, mas que depois ficou perturbado quando Deus não a destruiu, porque Deus viu que os ninivitas se arrependeram. Jonas não queria que os ninivitas fossem perdoados, independentemente do seu arrependimento, que ele parece não ter notado, porque o perdão não era o que deveria acontecer, segundo a palavra de Deus, a mensagem de Deus, recebida e pregada por Jonas, que Nínive seria “destruída” por sua maldade. Tudo o que Jonas podia “ver” era a mensagem de Deus. Ele pensou que a possuía e dominava, porque a recebeu e pregou. Mas ele não podia “ver” o arrependimento do povo a quem a mensagem de Deus era dirigida. Jonas estava cego para isso, enquanto que a palavra e a vontade de Deus não estavam. Penso que Jonas não os amava, como Deus os amava.

Penso também que, por vezes, pregamos a palavra de Deus, ou seja, as partes que falam do Seu julgamento, de uma forma cega ao “arrependimento” das pessoas, cujos “pecados” são mais evidentes para nós do que a aflição delas por eles. Mas Deus não é cego ou está limitado, mesmo que por Suas próprias palavras e profecias. Nem está cego ao, muitas vezes oculto (aos olhos humanos), arrependimento dos pecadores. Não nos zanguemos, como Jonas, quando os nossos “ninivitas” são poupados, mesmo que pensemos que as Escrituras os condenam. Porque Deus vê a nossa aflição por nossos pecados, enquanto nós tendemos a ver apenas os nossos pecados. Glória a Ele!

Versão brasileira: João Antunes

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