SER BOM

O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também. Se amais os que vos amam, que agradecimento mereceis? Os pecadores também amam aqueles que os amam. Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo. E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto. Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca. Então, a vossa recompensa será grande e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus. Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados…” (Lucas 6,31-37a)

Será que Cristo presume aqui que nós, a quem Ele dirige estas palavras sobre “fazer aos outros”, não somos “pecadores”, ou não estamos entre “os ingratos e os maus”? Quer dizer, quando Ele diz que “também os pecadores” só fazem o bem àqueles que lhes fazem o bem; e que Deus é bom até para com “os ingratos e os maus”?

Não. Ele sabe que todos nós somos “pecadores”, e também, pelo menos ocasionalmente, somos “ingratos e maus”. É por isso que Ele acha necessário dar a todos nós esta lição em primeiro lugar. Mas Ele está a ser sutil, deixando em aberto a questão de quem são “os pecadores”, e chamando-nos a fazer o mesmo. É por isso que Ele prossegue esta lição com: “Não julgueis…”. Porque “nós”, que por acaso estamos ouvindo esta lição e a segui-l’O neste momento, não somos chamados a julgar quem são “os pecadores”, ou quem são “os ingratos e os maus”, mesmo que suspeitemos muito de certos indivíduos, incluindo nós mesmos. Somos chamados a sermos bons para com todos, incluindo nós mesmos, tal como o nosso Pai é misericordioso para conosco, em todos os momentos. Senhor, tem piedade, e deixa-me ter piedade hoje, para comigo e para com todos os outros, como Tu tens.

Versão brasileira: João Antunes

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