“Ainda que meu pai e minha mãe me abandonem, o SENHOR há-de acolher-me.” (Salmo 26/27,10)
Os Salmos dão voz a praticamente todas as experiências e emoções humanas, desde a imensa gratidão e júbilo, até aos mais difíceis tipos de dor, como a que aqui foi expressa: a rejeição.
A rejeição pode ser uma ferida emocional desde a infância, como o Salmista menciona acima, ou pode vir em outros momentos da vida, em doses menores ou maiores: sermos demitidos de um emprego, sermos rejeitados por uma vaga de emprego ou por escola da nossa escolha, ou sermos abandonados pela pessoa que amamos, ou traídos por um cônjuge, ou não fazermos parte da equipe, ou geralmente não sermos aceitos pelo que somos, etc.
A rejeição pode prejudicar a minha vida como poucas outras coisas podem, se eu não a entregar ao amor e à luz imutáveis de Deus, como faz o Salmista acima, em oração. A ferida da rejeição, quando deixada sem cicatrizar, pode levar a todo o tipo de distorções na nossa jornada de vida: por exemplo, não conseguirmos perdoar, termos ciúme, sentirmos autopiedade. Pode levar-nos à rebelião, ou mesmo a fabricar uma personalidade, apenas para sermos aceitos. Ou, pelo contrário, a rejeitarmos todos e qualquer um, só para não sermos os primeiros a sermos rejeitados. Podemos ter a necessidade de estarmos sempre certos, e tornarmo-nos incapazes de aceitar críticas construtivas, devido a esta insegurança interior.
Em todo o caso, hoje as Escrituras recordam-me que não estou sozinho na experiência humana muito comum da rejeição. Homens e mulheres de fé clamaram ao Senhor numa experiência semelhante, ao longo dos séculos, e Ele não deixou de lá estar, e de curar as suas feridas no Seu amor e graça imutáveis. O próprio Cristo não foi estranho a esta experiência, afinal, pois Ele “veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam” (João 1,11). Por isso, que eu recorde-me hoje, se lido com qualquer rejeição, grande ou pequena, que me encontro em companhia bastante ilustre. Entregando isso a Ele, em oração, para que Ele lance a Sua luz curativa sobre um assunto de longa data.
Versão brasileira: João Antunes
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