IMPROPRIEDADE AMOROSA

Ora certa mulher, conhecida naquela cidade como pecadora, ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um frasco de alabastro com perfume. Colocando-se por detrás dele e chorando, começou a banhar-lhe os pés com lágrimas; enxugava-os com os cabelos e beijava-os, ungindo-os com perfume. Vendo isto, o fariseu que o convidara disse para consigo: ‘Se este homem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que lhe está a tocar, porque é uma pecadora!’.” (Lucas 7,37ss)

Duas pessoas, e duas abordagens diferentes com relação a Cristo nesta passagem: Simão, o fariseu, a autoridade religiosa do seu tempo, que ofereceu muito apropriadamente a refeição para a qual convidou o nosso Senhor. E uma mulher sem nome, conhecida apenas por nós como “pecadora”, que faz uma cena e tanto, como descrito acima. Ela não foi convidada para a mesa, e não tem nada a dizer em sua defesa. No entanto, as suas ações, bastante inapropriadas, dizem tudo.

O Senhor louva esta mulher e admoesta Simão, dizendo ao seu anfitrião: “Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; ela, porém, banhou-me os pés com as suas lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos… Por isso, digo-te que lhe são perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas àquele a quem pouco se perdoa pouco ama.” (Lucas 7,44-47). Então Ele diz para a mulher: “Os seus pecados estão perdoados” (Lucas 7,48). E “A tua fé te salvou. Vai em paz” (Lucas 7,50).

Não há problema em não ter nada a dizer aqui. E não é mesmo um problema não ter os gestos apropriados, de acordo com as ideias de adequação de outra pessoa, quando nos aproximamos de Deus na nossa fragilidade. Ele tem pouco interesse na piedade externa, quando ela “pouco ama”.

Por isso, que eu não hesite em dirigir-me a Ele hoje, como eu puder, com um coração amoroso e contrito. Porque Ele permanece fiel à Sua palavra: “O sacrifício agradável a Deus é o espírito contrito; ó Deus, não desprezes um coração contrito e arrependido”. (Salmo 50/51,19).

Versão brasileira: João Antunes

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