PURPLE RAIN

E há de ser que depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito. E mostrarei prodígios no céu, e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” (Joel 2,28-31)

Esta passagem do Livro do Profeta Joel, celebrado hoje no Calendário Juliano Revisado, fala de “prodígios no céu e na terra”, incluindo “sangue” e uma lua convertida em sangue, “antes que venha o grande e terrível dia do Senhor”. Aqui o Profeta fala sobre a revelação de nosso Deus tanto na “primeira” vinda de Seu Filho, que implicou no “sol convertido em trevas” na Sua crucificação, como no derramar do Espírito Santo “sobre toda a carne” em Pentecostes; e na Sua “segunda” vinda, quando semelhantes “prodígios no céu e na terra” serão revelados. Curiosidade: este último entendimento da profecia inspira as famosas referências de Prince a um céu púrpura (em “1999”) e à “chuva púrpura”. Como o próprio Prince explicou, quando perguntado sobre o que significava a “chuva púrpura”: “Quando há sangue no céu — vermelho e azul é igual a púrpura… A chuva púrpura pertence ao fim do mundo e estar com aqueles que amamos e deixar que a nossa fé/nosso Deus nos guie através da chuva púrpura”.

É útil, penso eu, em nosso tempo de polarização, quando quase nada é incontroverso, e quase todos os assuntos parecem dividir-nos, olhar para “o grande e terrível dia do Senhor” não como uma desgraça e tristeza iminentes, mas como alguém que se esforça por acolher aqueles que amamos, não em ressentimento ou medo ou negligência deles; e também na fé, no Deus amoroso que de fato nos guiará através da “chuva púrpura”, tal como Ele já nos guiou através de tantas chuvas, até aos dias ensolarados que se seguiram. Agarremo-nos ao nosso amor mútuo, apesar das nossas opiniões divergentes sobre isto e aquilo, e deixemos que Deus nos guie através de todas as nossas tempestades, agarrando-nos à fé n’Ele.

Versão brasileira: João Antunes

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