
“Finalmente, tornai-vos fortes no Senhor e na sua força poderosa. Revesti-vos da armadura de Deus, para terdes a capacidade de vos manterdes de pé contra as maquinações do diabo. Porque não é contra os seres humanos que temos de lutar, mas contra os Principados, as Autoridades, os Dominadores deste mundo de trevas, e contra os espíritos do mal que estão nos céus. Por isso, tomai a armadura de Deus, para que tenhais a capacidade de resistir no dia mau e, depois de tudo terdes feito, de vos manterdes firmes. Mantende-vos, portanto, firmes, tendo cingido os vossos rins com a verdade, vestido a couraça da justiça e calçado os pés com a prontidão para anunciar o Evangelho da paz; acima de tudo, tomai o escudo da fé, com o qual tereis a capacidade de apagar todas as setas incendiadas do maligno.” (Efésios 6,10-16)
Em muitos países hoje, 11 de novembro, recordamos o Dia do Armistício ou o fim da Primeira Guerra Mundial, cujas grandes hostilidades terminaram formalmente à 11ª hora (às 11 da manhã, hora de Paris) do 11º dia do 11º mês de 1918, quando o Armistício com a Alemanha entrou em vigor. (Nos EUA, este dia foi renomeado e redefinido como “Dia dos Veteranos” em 1954, a pedido de várias organizações de Veteranos, para honrar todos aqueles que serviram no exército dos EUA no passado). A “11ª Hora” simboliza o último momento possível para se fazer algo, e é de origem bíblica, da Parábola dos Trabalhadores na Vinha (Mateus 20), na qual há aqueles que são contratados na 11ª Hora, e que no final do dia recebem o mesmo salário que aqueles contratados anteriormente. O “trabalho” de terminar a guerra, que custou 9 milhões de vidas e mudou o mundo de tantas maneiras, chegou de fato muito “tarde”, mas é recordado com um agradecimento sóbrio.
Haverá alguma forma de nós, como indivíduos, podermos contribuir para acabar com as guerras, uma vez que nos lembramos daqueles que nelas lutaram/morreram, e acabaram com elas, no passado? Penso que São Paulo descreve na passagem acima como podemos contribuir, pelo menos, para “não” iniciá-las. Podemos levar a nossa agressão para o campo de batalha espiritual nos nossos corações, que somos chamados a revestir da “armadura de Deus”, afastando qualquer provocação para expressar ou abrigar ressentimentos, medo egocêntrico e outros “espíritos do mal” que nos levam a cair em batalhas inúteis uns contra os outros. Para que não “caiamos” nestas batalhas, São Paulo chama-nos a “manter-nos firmes” na fé, na verdade e no “Evangelho da paz”. Cada vez que somos provocados, seja nas redes sociais ou cara-a-cara nas nossas próprias casas e locais de trabalho, podemos contribuir para “não” causar uma das pequenas ondulações no nosso mundo que pode crescer no tipo de tsunami que é uma guerra, na qual os chamados ao serviço militar (e muitas vezes muitos outros) irão morrer. Podemos realmente salvar vidas, testemunhando o “Evangelho da paz” nas nossas próprias pequenas interações com os outros. “Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado. Pois, é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado. E morrendo que se vive para a vida eterna”. Amén!
Versão brasileira: João Antunes
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