“É que não é o bem que eu quero que faço, mas o mal que eu não quero, isso é que pratico. Ora, se o que eu não quero é que faço, então já não sou eu que o realizo, mas o pecado que habita em mim… Que homem miserável sou eu! Quem me há-de libertar deste corpo que pertence à morte? Graças a Deus, por Jesus Cristo, Senhor nosso!” (Romanos 7,19s.24s)
Aqui São Paulo expressa o tipo de exasperação que sinto pela minha procrastinação; quando adio as coisas que deveria estar fazendo, e em vez disso faço coisas que não deveria estar fazendo. Mas São Paulo não fala apenas exasperadamente sobre “o problema”; ele passa a identificar “a solução”, exclamando: “Graças a Deus, por Jesus Cristo, Senhor nosso!”. Em outras palavras, reconhece com gratidão que “a solução” não está em si mesmo, mas no Poder e Sabedoria de Deus, isto é, Jesus Cristo.
Em termos práticos, isto significa que eu preciso de Seu amparo, e que o Seu amparo está lá para mim. Quando examino as razões da minha procrastinação, no topo da lista estão as razões: 1. Autoconfiança (deixar o amparo de Deus fora de cena), o que leva a 2. Medo (de fracasso ou sucesso), 3. Perfeccionismo (isto é, esperar por condições mais perfeitas ou um tempo mais perfeito para enfrentar a tarefa), 4. Preguiça (querer o resultado sem o esforço), 5. Desonestidade (por exemplo, dizer a mim mesmo que preciso de limpar a geladeira agora mesmo, em vez de fazer a consulta no dentista), ou mesmo 6. Ressentimento (como uma resistência passiva a uma autoridade que me deu a tarefa). Todas estas “enfermidades” espirituais podem ser identificadas e curadas, pouco a pouco, através da graça de Deus, se eu aceitar humildemente o Seu amparo e lançar a luz da Sua palavra sobre a minha procrastinação.
Hoje que eu me abra ao amparo de Deus, cooperando com Ele ao enfrentar as minhas responsabilidades imediatas, uma a uma. As montanhas nunca são tão intransponíveis como pareciam ser, quando me aproximo delas com um pouco de fé. “Em verdade vos digo: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: ‘Muda-te daqui para acolá’, e ele há-de mudar-se; e nada vos será impossível” (Mateus 17,20).
Versão brasileira: João Antunes
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