“O que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram relativamente ao Verbo da Vida, de fato, a Vida manifestou-se; nós vimo-la, dela damos testemunho e anunciamo-vos a Vida eterna que estava junto do Pai e que se manifestou a nós — o que nós vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também vós estejais em comunhão (κοινωνίαν) conosco. E nós estamos em comunhão com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.” (1 João 1,1ss)
João, o discípulo amado, recorda-me hoje a nossa história comum. É o que os primeiros seguidores de Cristo “viram e ouviram”, a respeito da Palavra de Vida, e depois nos transmitiram, que constrói a nossa “comunhão” (κοινωνίαν) — com todas as gerações passadas de fiéis, começando pelas testemunhas oculares como João; umas com as outras hoje; e com Deus. Nós “comungamos” em Sua história, em Sua revelação de Si próprio, e identificamo-nos com ela. Porque uma história comum significa uma identidade comum.
Hoje em dia, podemos encontrar-nos a dedicarmo-nos e a identificarmo-nos com todo o tipo de histórias. Desde uma declaração recente e chocante feita por um político, até aos detalhes escandalosos de um divórcio de uma celebridade, até um animal nascido com duas cabeças no outro lado do mundo, — qualquer coisa que apareça online ou noutro lugar pode tornar-se o nosso foco durante um período de tempo considerável, quer conscientemente “preocupemos-nos” com isso ou não.
Que eu esteja atento hoje às histórias às quais dedico o meu tempo. Quando me atraem, afetam a minha identidade, a minha própria “história”, e a “comunhão” que escolho, desafiando-a, informando-a ou construindo-a. Que eu comece o meu dia com alguma leitura profunda da Palavra da Vida, para que eu possa ver todas as outras histórias, bem como a minha própria, à Sua luz.
Versão brasileira: João Antunes
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