SOLIDÃO

O SENHOR Deus disse: ‘Não é conveniente que o homem esteja só; vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele’. O homem designou com nomes todos os animais domésticos, todas as aves dos céus e todos os animais ferozes; contudo, não encontrou auxiliar semelhante a ele.” (Gênesis 2,18.20)

Adão está só, já no seu estado pré-lapsariano (antes da “queda”). Adão não é criado como um ser autossuficiente, mas como alguém que necessita de comunidade e companhia. Isto não é uma “deficiência”, mas faz parte da natureza divina de Adão. Adão é criado à imagem e semelhança de Deus, que também existe em comunidade; na Comunidade de Três Pessoas: o Pai e o Filho e o Espírito Santo. E Deus proporciona-nos comunidade de diferentes maneiras, ao longo da História da Salvação.

Portanto, a solidão é uma emoção poderosa, particularmente porque é “natural”. A minha necessidade dada por Deus de comunidade, como todas as minhas necessidades “naturais”, é um grande desafio e motivador na minha jornada espiritual. Motiva-me a sair de mim mesmo, aproximando-me de Deus e dos outros seres humanos. Motiva a nossa criatividade, inspirando grandes obras de arte e outras formas de auto-doação. Inversamente, porém, a necessidade humana de comunidade pode levar-nos a pecar, quando a procuramos nos lugares errados.

Hoje que eu encare com gratidão o “buraco no meu coração” que é a solidão, reconhecendo Quem é que o colocou lá, desde o início. É Deus, “Criador do céu e da terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis”, Que me chama, através da solidão, à comunidade e comunhão, com Ele e com os outros seres humanos.

Versão brasileira: João Antunes

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