SANTIFICADOS N’ELE

Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz seja convosco!’. Depois, disse a Tomé: ‘Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel’. Tomé respondeu-lhe: ‘Meu Senhor e meu Deus!’. Disse-lhe Jesus: ‘Porque me viste, acreditaste. Felizes os que creem sem terem visto!’.” (João 20,26-29)

Nesta passagem, o Senhor ressuscitado concede ao “cético” Tomé aquilo que o discípulo exigiu, tocar fisicamente nas Suas feridas, a fim de acreditar. Mas Cristo não louva Tomé pela sua necessidade de ver e tocar, da qual Ele evidentemente desaprova. “Felizes aqueles”, comenta o Senhor pontualmente, “que creem sem terem visto”.

Assim Cristo vem aos Seus discípulos apesar das suas imperfeições; apesar das “portas fechadas” — as portas que podemos ter fechado por medo ou dúvida ou outra coisa qualquer. Ele vem até nós não porque somos perfeitos, mas porque somos Seus. Todos os Seus discípulos “não são do mundo” (João 17,16-19), mas são “santificados” ou “consagrados” a Deus, como todos nós somos no batismo. Isto significa que pertencemos a Ele. “Sanctus” ou “santo” significa “separado para Deus”, ou “pertencente a Deus”. Isto significa não que somos perfeitos (porque só Deus é perfeito), mas que somos dedicados a Ele, ao Seu propósito.

Hoje, sou grato por ser recordado de que as nossas próprias imperfeições não são obstáculo ao nosso Senhor, que vem até nós apesar das nossas “portas fechadas”, e nos “consagra” em Sua verdade, não na nossa. “Assim como Tu me enviaste ao mundo”, Ele reza ao Pai, “também Eu os enviei ao mundo, e por eles totalmente me entrego, para que também eles fiquem a ser teus inteiramente, por meio da Verdade” (João 17,18s).

Versão brasileira: João Antunes

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