LEITURA ORANTE

Senhor, amigo dos homens, fazei brilhar em nossos corações a luz pura de Vosso conhecimento divino; abre os olhos de nossa inteligência para a compreensão de Vossas pregações evangélicas; ponde em nós também o temor de Vossos santos mandamentos para que, refreando os desejos da carne levemos uma vida espiritual, pensando e fazendo tudo o que Vos agrada. Porque Sois a luz de nossas almas e de nossos corpos, ó Cristo Deus, e nós Vos rendemos glória, assim como ao Vosso Pai eterno e ao Vosso Santíssimo, Bom e Vivificante Espírito, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amén.” (Oração antes do Evangelho, Divina Liturgia)

Esta é a oração feita antes da leitura do Evangelho na Divina Liturgia, e destina-se a preparar-nos a todos nós, pedindo a Deus que “abra os olhos de nossa inteligência” para que possamos “compreender”, “pensar” e “fazer” o que estamos prestes a ouvir. Na prática, porém, a oração não prepara a “todos nós”, pois em muitas das nossas igrejas ela é lida silenciosamente pelo padre.

Seja como for, esta oração tradicional da Divina Liturgia dá-me uma ideia do que é a “leitura orante”, que também posso fazer em privado, por mim mesmo. A antiga prática cristã da “leitura orante” (lectio divina) significa combinar a minha leitura espiritual (geralmente, das Sagradas Escrituras) com a oração. Antes de começar a ler, rezo a Deus pela compreensão e esclarecimento (como na oração acima citada), e depois leio, — não muito, mas profundamente, para levar comigo o que li, pelo resto do meu dia. Por vezes é útil anotar um versículo que me tenha chamado a atenção particularmente, para melhor o recordar. Termino este tipo de leitura com uma breve oração de louvor ou gratidão.

Hoje rezo ao nosso Senhor, “a luz de nossas almas e de nossos corpos”, para “abrir os olhos da minha inteligência” à Sua palavra, para que ela me possa guiar e iluminar ao longo do meu dia.

Versão brasileira: João Antunes

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