“Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.” (Mateus 5,7)
A palavra “piedade” é muito frequentemente mencionada nos ofícios litúrgicos bizantinos, particularmente na breve oração “Senhor, tende piedade” (Kyrie eleison). A palavra grega para “piedade/misericórdia” (eleos) significa muito mais do que alguma “retenção de castigo” externa (que é o que normalmente entendemos em português). É uma energia divina; ou seja, a sua fonte é Deus — por isso a pedimos constantemente a Ele. Nos nossos termos, é uma disposição interna; um transbordamento do coração com amor compassivo e doador. Assim, quando peço a Deus “piedade”, estou pedindo não só para a receber, mas também para a passar adiante; para ser um recipiente da Sua “piedade” neste mundo.
Muitas vezes não reparo nas pequenas oportunidades que tenho, diariamente, para “ter piedade” ou “mostrar piedade”. Pode haver uma pessoa ou pessoas dependentes de mim de alguma forma, buscando em mim, de alguma pequena forma, por compaixão ou pelo menos por reconhecimento. Hoje, posso baixar um pouco as minhas exigências e expectativas; posso fazer com que o dia delas seja um dia de ouvir uma palavra encorajadora da minha parte, em vez de críticas.
E eu próprio me enquadro nesta categoria, de pessoas que precisam da minha “piedade”: posso ser mais gentil comigo mesmo hoje, deixando de lado exigências e expectativas pouco razoáveis, e recordando-me de cuidar de mim mesmo, com a palavra enriquecedora de Deus, e no Espírito da Sua “piedade” divina.
Versão brasileira: João Antunes
© 2016, Ir. Vassa Larin
Reflexões com café na manhã: 365 devoções diárias para pessoas ocupadas
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