ADMIRAÇÃO E ENTREGA

… quando os pais trouxeram o menino Jesus, a fim de cumprirem o que ordenava a Lei a seu respeito. Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo: ‘Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a Salvação que ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo’. Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia dele.” (Lucas 2,27-33)

Duas coisas estão acontecendo nesta passagem: 1. Admiração e 2. Entrega. Por um lado, São Simeão está cheio de admiração, vendo este Menino e os seus “pais”. Assim Simeão toma Cristo nos seus braços e “bendiz a Deus”, proclamando esta famosa profecia — uma profecia não só sobre a salvação vinda a “todos os povos”, mas sobre a sua própria morte, à qual ele agora prontamente se entrega. Por outro lado, São José e a Mãe de Deus também “estão admirados” de tudo o que se diz, uma vez que a sua jornada, carregando a cruz em doação, com este Menino continua sendo cheia de surpresas. De fato, eles “estão admirados” por não compreenderem completamente, porque a “admiração” começa onde termina a compreensão. E no entanto, continuarão percorrendo esta jornada, em entrega à vontade de Deus. Mesmo quando “uma espada trespassará a alma” da Virgem Santíssima, como Simeão lhe diz na passagem seguinte (Lucas 2,35).

Hoje que eu pare e fique admirado com o que Deus me está mostrando na minha vida, em vez de lutar para alcançar o controle das situações e das pessoas que Ele me envia hoje. Porque “salvação” ou “cura” é uma coisa, e de fato um Alguém, que recebo. Não é Alguém que eu “descobri” ou controlo. Que eu esteja aberto ao encontro com Cristo hoje, em abertura à Sua vontade doadora de luz. Em admiração e entrega à Sua graça incompreensível.

Versão brasileira: João Antunes

© 2016, Ir. Vassa Larin
Reflexões com café na manhã: 365 devoções diárias para pessoas ocupadas
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