“Disseram-lhe eles: ‘Os discípulos de João jejuam frequentemente e recitam orações; o mesmo fazem também os dos fariseus. Os teus, porém, comem e bebem!’. Jesus respondeu-lhes: ‘Podeis vós fazer jejuar os companheiros do esposo, enquanto o esposo está com eles? Virão dias em que o Esposo lhes será tirado; então, nesses dias, hão-de jejuar’. Disse-lhes também esta parábola: ‘Ninguém recorta um bocado de roupa nova para o deitar em roupa velha; aliás, irá estragar-se a roupa nova, e também à roupa velha não se ajustará bem o remendo que vem da nova…’” (Lucas 5,33-36)
Os discípulos do Senhor são novos em todo esse negócio de vida espiritual. Ele escolheu-os entre todos os estilos de vida, como o de um pescador e o de um cobrador de impostos. Por isso, neste momento são como crianças pequenas, desfrutando dos seus primeiros passos com Ele, que está constantemente “com eles”, como um pai amoroso está com um filho pequeno. Ainda não é tempo para atividades de adultos, uma das quais, aparentemente, é jejuar. Neste momento, os discípulos, tal como as crianças, são dados a “comer e beber” sempre que precisam de o fazer.
Esta passagem recorda-me o simples fato de que uma vida em Cristo não começa, nas suas fases iniciais, com um ascetismo estrito. Na verdade, pode ser prejudicial se sobrecarregar a si mesmo, ou sobrecarregar outros principiantes, com regras e regulamentos ascéticos, porque “irá estragar-se”. O corpo, num estado de fome ou cansaço, pode confundir e enfraquecer o espírito de quem ainda precisa dos ternos e amorosos cuidados de uma criança em Cristo.
Hoje que eu peça a Deus a Sua sabedoria, quando se trata do lado físico da vida “espiritual”. Que Deus me discipline de forma adequada e saudável para o meu crescimento n’Ele. “Bendito sejas, SENHOR! Ensina-me as tuas leis” (Salmo 118/119,12).
Versão brasileira: João Antunes
© 2016, Ir. Vassa Larin
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