O JULGAMENTO DE DEUS E O NOSSO

“… Em seguida dirá aos da esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que está preparado para o diabo e para os seus anjos! Porque tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, era peregrino e não me recolhestes, estava nu e não me vestistes, doente e na prisão e não fostes visitar-me’. Por sua vez, eles perguntarão: ‘Quando foi que te vimos com fome, ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou doente, ou na prisão, e não te socorremos?’. Ele responderá, então: ‘Em verdade vos digo: Sempre que deixastes de fazer isto a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer’. Estes irão para o suplício eterno, e os justos, para a vida eterna.” (Mateus 25,41-46)

Eis algumas reflexões sobre a leitura do Evangelho deste domingo passado para qualquer pessoa que, como eu, não tenha conseguido alimentar aos que tem fome, dar de beber aos que tem sede, acolher os peregrinos, vestir os nus, e visitar os doentes e os presos. Como poderia eu justificar-me perante Deus, se hoje eu falecesse? Não poderia, e não deveria. Se não tenho nada perante Deus, apelo a Ele como fez o cobrador de impostos, com o seu nada: “Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!”. Ou pelo menos como fez o filho pródigo ao seu pai, sem qualquer sentido de direito: “Já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados!”.

E aqui está outro “passe livre” que Deus me oferece: Perdoa os outros, e serás perdoado. Não julgues os outros, e não serás julgados. Por isso, que eu deixe de lado essas coisas hoje, mesmo ressentimentos e rancores antigos, porque Deus chama-me a fazer pelos outros o que eu quero que Ele faça por mim, — perdoar um monte de “dívidas” sem mais nem menos, em troca de nada.

Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”, Senhor, e ajuda-nos a deixar de lado a inutilidade da autojustificação e do julgamento meramente humano. Pois Teu é o reino e o poder e a glória, e, de fato, o julgamento. Amén!

Versão brasileira: João Antunes

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