“Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual havia expelido sete demônios. Ela foi noticiá-lo aos que haviam andado com ele, os quais estavam em lamento e choro; estes, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e que tinha sido visto por ela, não acreditaram. Depois disto manifestou-se sob outra forma a dois deles que iam a caminho para o campo. Eles foram anunciá-lo aos mais, mas nem a estes deram crédito. Por último manifestou-se aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos que o tinham visto depois de ressuscitado.” (Marcos 16,9-14)
O “plano” original do Senhor, de trazer a notícia de Sua ressurreição aos apóstolos, era o de enviar uma mulher para fazer isso. Mas não funcionou como esperado, porque “eles não acreditariam” nela, Maria Madalena, à qual nossa Tradição chama, perplexamente (para nosso tempo), “Igual-aos-Apóstolos”. Em seguida, dois dos discípulos recebem a mesma revelação e contam para os demais, mas também “nem a estes deram crédito”. Assim, — não estávamos prontos, nessa altura —, para receber a boa nova uns dos outros, como o Senhor ressuscitado queria que fizéssemos.
Mas tudo isso mudou, de alguma forma, na “Igreja dos Apóstolos”. Que é também, deve-se pensar, a “Igreja da Igual-aos-Apóstolos.” Porque, hoje, recebemos a boa nova uns dos outros, tanto homens quanto mulheres, em maior ou menor grau. Não fazemos isto perfeitamente, em nossa fraqueza humana, mas recebemos uma Tradição transmitida a nós pelas primeiras testemunhas oculares, tanto masculinas quanto femininas: a Ressurreição de nosso Senhor. E esta confiança, uns nos outros, acredito, é um dom do Espírito Santo, derramado abundantemente sobre nós no dia de Pentecostes. Glória ao Espírito Santo, Que nos envia, tanto homens quanto mulheres, a dar a boa nova e superar em nós a “incredulidade e dureza de coração”, no que diz respeito uns aos outros, – na medida em que estamos dispostos a aceitar este dom –, em nossa fraqueza humana.
Versão brasileira: João Antunes
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