UMA ALMA RESSEQUIDA

Ó Senhor satisfaça minha alma ressequida com as águas da santidade (εὐσεβείας, devoção sincera), como nos ensinaste: Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Ó Cristo Deus, fonte da nossa vida, glória a Ti.” (Tropário, Festa de Mesopentecostes)

Amanhã é Mesopentecostes (τῆς Μεσοπεντηκοστῆς, Преполовения). Então, a Páscoa estará há exatamente três e meia semanas atrás de nós, e temos exatamente três e meia semanas para chegar ao Pentecostes, ou a Descida do Espírito Santo. Neste ponto médio de nossa longa jornada de 50 dias da Páscoa até Pentecostes, é fácil perder o foco e desviar-se de qualquer tipo de “devoção”, esquecendo-se tanto da festa que ficou atrás de nós (a Páscoa) quanto da que está adiante de nós (o Pentecostes). O verão [no Hemisfério Norte] está, afinal, chegando, então nossos pensamentos podem acabar mais focados nas férias que se aproximam, que de tudo o relacionado à igreja.

Mas no Tropário acima citado, a Igreja me dá uma cutucada para que eu foque novamente “minha alma ressequida”, à qual eu posso estar negligenciado neste tempo pós-quaresmal. Que eu fique atento hoje ao buraco em meu coração, e à “Fonte da nossa Vida”, Que me chama hoje a vir e beber, para que eu não “corra no vazio” no imaginário de autossuficiência e da falta de sentido. “Ó Cristo Deus, fonte da nossa vida”, reviva em mim uma alma ressequida hoje, para que eu possa ter a verdadeira vida, no trabalho e nas férias, em Ti.

Versão brasileira: João Antunes

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