“Santo Deus, Santo Poderoso, Santo Imortal, tende piedade de nós.” (Hino do Triságion, Divina Liturgia)
Em um sentido geral, quando falamos que uma pessoa é “santa”, queremos dizer, nada mais e nada menos, que ele ou ela é “dedicada a” ou “pertence a” Deus. É o que significa a palavra “santo” (“ἅγιος” em grego e “sanctus” em latim). Neste sentido, todos os que foram batizados são “santos”.
Mas como é Deus “santo”? A quem Ele é “dedicado” e a quem Ele “pertence”? Em Seu Ser Trino, em Três Pessoas, Ele perfeitamente “pertence a” e “dedica-Se a” Si mesmo. Ele é, essencialmente, a própria fonte de toda a “dedicação” e “pertencimento”. Ele “é”, se você preferir, o Pertencimento e a Dedicação em si próprias, em Seu Ser. Mas Ele também cria o mundo, e todos nós, em um ato de Auto-Doação, compartilhando conosco Sua maneira de Ser, parte da qual é essa divina qualidade de Dedicação e de Pertencimento, para a qual inerente e instintivamente nos esforçamos. Pois nenhum de nós, como seres humanos, nos sentimos confortáveis sem sermos dedicados a alguém ou a algo e pertencermos a alguém ou a algo. Deus nos “conectou” à Sua perfeita unidade, inculcando em nós uma necessidade de não sermos ilhas auto-isoladas, mas parte de Seu universo.
Não podemos ser “santos” no mesmo sentido como Deus é. Mas como perfeitamente Deus, perfeitamente Poderoso e perfeitamente Imortal, Ele estende Suas energias unificadoras a nós, assim podemos “participar” nelas, mas não “sê-las” como suas fontes, em nossa essência, porque nós somos criação e não Criador. “Sede santos”, Ele nos diz, “pois eu sou santo” (Levítico 11͵ 44). Então hoje vou ser dedicado, e pertencer, a Ele e n’Ele, pois Ele não está me impedindo de fazer isso. Ele tem verdadeira Dedicação e Pertencimento sendo oferecidos, em Sua eterna dedicação e misericórdia por nós. “Santo Deus, Santo Poderoso, Santo imortal, tende piedade de nós”. Amén!
Versão brasileira: João Antunes
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