
“E porque essas revelações eram extraordinárias, para que não me enchesse de orgulho (ἵνα μὴ ὑπεραίρωμαι), foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás, para me ferir, a fim de que não me orgulhasse (ἵνα μὴ ὑπεραίρωμαι). A esse respeito, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Mas Ele respondeu-me: ‘Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza’. De bom grado, portanto, prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo.” (2 Coríntios 12,7ss)
Não é dito, exatamente, o que o “espinho na carne” de São Paulo era. Uma enfermidade física crônica, talvez enxaquecas ou inflamação dos olhos? Uma tentação sensual de algum tipo? Certas pessoas que se opunham à sua pregação? Tem havido muitas especulações sobre este tema, mas o fato é que não sabemos.
Sabemos é que esse espinho tanto “atormentou” o grande Apóstolo dos Gentios quanto o protegeu do orgulho espiritual, o qual seria o beijo da morte para a vida em Cristo, a verdadeira comunhão com Deus. No orgulho espiritual, quando começamos a “exaltar-nos” ao invés de Deus, tornamo-nos fortes em nós mesmos e, portanto, fracos em Deus, porque perdemos o sentido da necessidade de Sua graça. As tribulações, incluindo os “espinhos na carne”, afastam-nos de qualquer falso sentido de autossuficiência, obrigando-nos a continuar clamando pelo poder ou graça de Deus.
Hoje, enquanto aqueles que seguem o Calendário Juliano Revisado (Gregoriano) celebram a Grande Festa dos Santos Pedro e Paulo, sou grato a Deus por nos dar essas duas figuras ilustres, nas quais Seu poder foi aperfeiçoado não principalmente nas suas forças, mas nas suas fraquezas. Santos Apóstolos Pedro e Paulo, rogai a Deus por nós!
Versão brasileira: João Antunes
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