“Interrogado pelos fariseus sobre quando chegaria o Reino de Deus, Jesus respondeu-lhes: ‘O Reino de Deus não vem de maneira ostensiva (μετὰ παρατηρήσεως). Ninguém poderá afirmar: Ei-lo aqui ou Ei-lo ali, pois o Reino de Deus está entre vós (ἐντὸς ὑμῶν)’.” (Lucas 17,20s)
O “reino” sobre o qual Cristo está falando é aquele em que Ele é o Rei; em que Ele é nossa autoridade tanto primeira quanto suprema. Este “reino” já “está”, porque Cristo já é Rei. No entanto, para este reino “vir” a nós, e para que nele habitemos, é necessária nossa resposta à Sua autoridade, em “obediência” (do latim “ob-audire”, literalmente, “ouvir a”) e aceitação d’Ele como Rei.
É “dentro de nós” que alimentamos essa obediência e aceitação a Cristo, em meio a nossos altos e baixos. Hoje podem existir “outras” vozes e autoridades competindo pelo meu coração. E outra vez, posso deslizar em fazer a vontade de outras pessoas, levando-me a um uso pouco sábio ou pouco saudável do meu tempo, ou um uso imprudente do meu dinheiro; também posso deslizar para alguma co-dependência autodestrutiva, imprudentemente oferecendo minha afeição e obediência, onde elas não pertencem, de uma forma distinta daquela conforme o propósito de Deus para mim. “Venha a nós o Teu reino,” eu digo esta manhã, de todo o meu coração e abro-me à minha Autoridade primeira e suprema, para que Ele possa me libertar da servidão desnecessária à quaisquer impostores.
Versão brasileira: João Antunes
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