“Não hei de morrer; mas viverei, hei de narrar as obras do Senhor. Enquanto ele castiga, o Senhor me castigou (παιδεύων ἐπαίδευσέ με ὁ Κύριος, наказуя наказа мя Господь), mas não me entregou à morte.” (Salmo 117͵ 17s, cf. Septuaginta)
Não hei de morrer, mas viverei! – Digo esta manhã, assim como fazemos no início das Matinas, quando cantamos “O Senhor é Deus”. É tentador, às vezes, depois de uma experiência difícil, “ter” uma morte espiritual, desanimar e parar de orar, perdendo a esperança em Deus e também na humanidade. Esta pode ser nossa reação quando sofremos uma perda dolorosa, digamos, de um ente querido que nos abandonou ou faleceu; ou quando sofremos a perda de um emprego ou posição, ou de nossa saúde física.
Mas os versos do Salmo citados acima me convidam a crescer, ao invés de diminuir, vencendo tais experiências na jornada carregando a cruz. Como um filho de um Deus amoroso, não sou “castigado” ao ponto de ser massacrado em autopiedade, ressentimento e outras formas de auto-isolamento. Pelo contrário, sou “desbastado” no jardim de Deus, vencendo todos os meus altos e baixos, para eu que possa receber mais estabilidade, sabedoria, humildade, gratidão e compaixão pelos colegas carregando a cruz; e para que eu possa “narrar as obras do Senhor”. Todas as minhas experiências se transformam em ouro, à luz da vivificante Cruz, conforme vou vencendo-as, em Cristo. Então vou abrir meu coração esta manhã, à “vida” conforme o Doador da Vida a desenrola e a perscruta para mim, em Sua sabedoria amorosa. “Não hei de morrer; mas viverei, hei de narrar as obras do Senhor!”
Versão brasileira: João Antunes
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