“Tornei-me mais sábio do que todos os mestres, porque medito sempre nos teus preceitos. Entendo mais do que os anciãos, porque cumpro as tuas instruções.” (Salmo 118/119,99s)
Tendo em conta a compreensão de “obediência” por nossa Igreja, ou seja, a obediência aos “mestres” e “anciãos”, estes versos do Salmo não são chocantes? Devo realmente “tornar-me mais sábio do que todos os mestres” e “do que os anciãos”?
Sim, claro que sim, eventualmente. Porque é assim que amadurecemos, no círculo da vida. Estamos destinados a amadurecer e crescer, acima e para além dos nossos “mestres” e “anciãos”. Eles morrerão e passarão, mas nós continuaremos a viver. Nunca devemos desrespeitá-los ou desonrá-los, mas estamos, apesar de tudo, destinados a crescer e a permanecer de pé, à luz e na “meditação” das “instruções” e “preceitos” de Deus, que nos são transmitidos por eles.
Eu sei, temos esta ansiedade pós-moderna antes da tomada de decisões e da responsabilidade. E procuramos prontamente os “anciãos” ou mesmo os gurus para nos dizerem o que fazer. Mas não vou me coibir de tomar decisões e responsabilidades de adulto, na minha jornada carregando a cruz, vou ser como alguém que é chamado a crescer e “tornar-se sábio”, em Cristo. Que os Suas “instruções” sejam hoje a minha “meditação”, como dito neste Salmo, escrito para mim. E que eu procure os Seus preceitos, porque é isso que estou destinado a fazer, — crescer e amadurecer, e frutificar, como um adulto n’Ele.
Versão brasileira: João Antunes
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