O SENHOR “VEM” PARA OS SOLITÁRIOS

Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe: nem os anjos do Céu nem o Filho; só o Pai. Como foi nos dias de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do Homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comia-se, bebia-se, os homens casavam e as mulheres eram dadas em casamento, até ao dia em que Noé entrou na Arca; e não deram por nada até chegar o dilúvio, que a todos arrastou. Assim será também a vinda do Filho do Homem.” (Mateus 24,36-39)

“A vinda do Filho do Homem” soa como uma coisa “ruim”, não é? Quando nosso Senhor a compara com a vinda do dilúvio, que “a todos arrastou”? Bem, não, pois apenas arrastou “aqueles” que não haviam entrado na Arca. Mas não arrastou aqueles, que não pertenciam ao “comer, beber, casar e dar-se em casamento” que estava acontecendo no mundo, para além do mundo da “família” de Noé, — que também comia, bebia, casava e dava-se em casamento, — mas “entraram na Arca”.

Então, enquanto eu “entro na Arca”, esta construção de madeira que prefigura o caminho da Cruz (de madeira), aberto a todos na Era da Igreja, não temo “a vinda do Filho do Homem”, como se isso fosse uma coisa “ruim”. Estou bastante inspirado a juntar-me à “Arca”, que é o Corpo de Cristo, que me envolve e me protege, mesmo que eu possa ser um solitário que não pertence ao “comer, beber, casar e dar-se em casamento” que está acontecendo neste mundo. “Vem, Senhor Jesus” (Apocalipse 22,20), a qualquer um de nós sentindo-se solitário em meio ao “comer, beber e casar” acontecendo fora de nós, conforme navegamos em Seu Corpo.

Versão brasileira: João Antunes

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