“Passado o sábado, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para ir embalsamá-lo. De manhã, ao nascer do sol (ἀνατείλαντος τοῦ ἡλίου), muito cedo, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro. Diziam entre si: ‘Quem nos irá tirar a pedra da entrada do sepulcro?’. Mas olharam e viram que a pedra tinha sido rolada para o lado; e era muito grande. Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram assustadas (ἐξεθαμβήθησαν). Ele disse-lhes: ‘Não vos assusteis! Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou; não está aqui. Vede o lugar onde o tinham depositado…’” (Marcos 16,1-6)
Eu amo como o Evangelista menciona o “nascer do Sol” no início desta história, como se insinuando seu final-surpresa. Pelo menos é o que eu acho a cada vez que ouço as palavras, “ao nascer do Sol” (возсиявшу солнцу, em eslavo), neste bem conhecido Evangelho da Ressurreição. O Sol da Justiça havia, de fato, ressuscitado! O Evangelista sabe disso. E nós também sabemos disso. Mas as mulheres que haviam indo ao túmulo ainda não sabiam. Elas estão prestes a ouvir a melhor notícia já narrada à humanidade, e ainda assim a reação inicial delas será de “susto”. Ou seja, uma surpresa não agradável e cheia de medo… Elas ainda precisarão “processar” esta inesperada reviravolta dos acontecimentos…
Não tenho nenhuma consideração a fazer aqui. Exceto fazer uma pausa e agradecer, uma vez mais, a “surpresa” assustadora nesta história. Que eu deixe a “notícia” narrada aqui ser “boa nova” para mim hoje, neste domingo: Ele ressuscitou. Ele não está aqui. “Também nós caminhemos numa vida nova” (Romanos 6,4). Que eu faça isso hoje.
Versão brasileira: João Antunes
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