NÃO CONFIAR NA CARNE

Porque nós é que somos pela circuncisão: nós, os que prestamos culto pelo Espírito de Deus, nos gloriamos em Cristo Jesus e não confiamos na carne — ainda que eu tenha razões para, também eu, pôr a confiança precisamente nos méritos humanos. Se qualquer outro julga poder confiar nesses méritos, eu posso muito mais: circuncidado ao oitavo dia, sou da raça de Israel, da tribo de Benjamim, um hebreu descendente de hebreus; no que toca à Lei, fui fariseu; no que toca ao zelo, perseguidor da Igreja; no que toca à justiça — a que se procura na lei — irrepreensível. Mas, tudo quanto para mim era ganho, isso mesmo considerei perda por causa de Cristo. Sim, considero que tudo isso foi mesmo uma perda, por causa da maravilha que é o conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor…” (Filipenses 3,3-8a)

Mais uma vez, São Paulo afirma para não “confiarmos na carne”, mas em “conhecermos a Jesus Cristo”, Nosso Senhor. O que significa “confiar na carne”? Significa se concentrar unicamente nas fontes externas da Tradição, transmitida a nós por aqueles através dos quais aprendemos a fé, enquanto desconsideramos seu Autor e Seu Espírito. Por exemplo, eu posso de fato ser abençoado por ter nascido em uma família assídua à igreja, ser batizado e ser ensinado a viver o belo ritmo das festas e jejuns, de acordo com a nosso calendário litúrgico. Mas não devo tornar-me (auto-)confiante nestas bênçãos, como se “eu” possuísse ou “alcançasse” a salvação, enquanto que outros “não alcançam”. Mesmo quando sou abençoado pelos maravilhosos ritos e costumes de minha Igreja e “tribo”, eles não “valem” nada se se tratam apenas de “nós” e de nossa política de identidade e não se referem ao “conhecer a Cristo” e Sua “glória” em nossos corações.

Então, esta manhã, que eu preste atenção ao meu coração e o abra para o Espírito de Deus. Conforme dou graças a Deus por minha Igreja e tribo, foco novamente em Sua amorosa Presença entre nós, para que eu possa ser presente a Ele como Ele é para nós. “Vinde e habitai em nós, purificai-nos de toda mancha e salvai nossas almas, Vós que sois bom!”.

Versão brasileira: João Antunes

© 2018, Ir. Vassa Larin
www.coffeewithsistervassa.com