A SAUDAÇÃO DE SÃO PAULO

Saudai os irmãos de Laodiceia, assim como Ninfa e a igreja que se reúne em casa dela (κατ᾽οἶκον αὐτῆς ἐκκλησίαν). E quando esta carta tiver sido lida entre vós, fazei com que seja lida também na igreja de Laodiceia. Lede também a que receberdes da igreja de Laodiceia. E dizei a Arquipo: ‘Presta atenção ao serviço que recebeste do Senhor, a fim de o realizares bem’. A saudação é da minha mão, Paulo. Lembrai-vos das minhas cadeias. A graça esteja convosco!” (Colossenses 4,15-18)

A saudação final da carta de São Paulo aos Colossenses, que são parte da leitura da nossa Igreja, é muito pessoal e específica para a comunidade para a qual ela foi escrita. E mesmo assim, lemos esta saudação, ano após ano, como parte de nosso “programa de leitura” litúrgica da Igreja ou Lecionário, como se devesse ser instrutiva para nós, cerca de dois milênios depois que ela foi escrita. Mas como esta saudação é instrutiva hoje?

Por um lado, ela é instrutiva para os líderes da Igreja, para lembrarem de seus rebanhos, mesmo de longe, e até mesmo pessoalmente, pelo nome, – da forma como o grande São Paulo lembrava de determinado Arquipo e de certa Ninfas, uma mulher(!), que aparentemente era a chefe de uma casa, em que havia também uma igreja. (No tempo das perseguições, quando não havia nenhuma igreja [templo] pública, as comunidades se reuniam em casas particulares.) Esta saudação também ensina a todos nós a mantermos ligações com as paróquias vizinhas, como São Paulo diz aos Colossenses para ter sua carta “lida” (porque naquela época, como agora, suas cartas eram lidas publicamente, em reuniões ou liturgias), para os fiéis de Laodiceia, uma cidade não muito distante de Colossos na parte sudoeste da Ásia Menor (busque na internet um mapa bíblico). Ele também diz aos Colossenses para lerem uma carta que ele escreveu em algum momento “de Laodiceia”, (a carta a que ele se refere é contestada), porque as duas comunidades compartilhavam os mesmos temas, que ele aborda em suas cartas, de falsos mestres no meio deles. Finalmente, o apóstolo humildemente pede que seu povo também se “lembre” de suas “cadeias” [grilhões], compartilhando assim sua vulnerabilidade e pedindo o apoio deles, em oração, para seu julgamento. Santo Apóstolo Paulo, rogai a Deus por nós!

Versão brasileira: João Antunes

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