“O Verbo era a Luz verdadeira,
que, ao vir ao mundo,
a todo o homem ilumina.
Ele estava no mundo
e por Ele o mundo veio à existência,
mas o mundo não o reconheceu.
Veio para o que era seu,
e os seus não o receberam.
Mas, a quantos o receberam,
aos que nele creem,
deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram de laços de sangue,
nem de um impulso da carne,
nem da vontade de um homem,
mas sim de Deus.”
(João 1,9-13)
De fato, Sua vinda é a vinda da “alegria ao mundo”; da verdadeira luz e do verdadeiro poder. Mas é fácil esquecer, entre todas as canções de Natal, luzes natalinas e eggnog [tradicional bebida norte-americana, servida na ceia de Natal e muito semelhante à gemada, mas pode conter álcool], que em Belém Cristo inicia um caminho de pobreza e rejeição suprema de “Si mesmo”; um caminho da Cruz. Já ao nascer, falta a Ele as necessidades básicas, como uma casa normal, uma enfermeira ou duas, iluminação adequada ou banheiro com água corrente.
Hoje sou recordado que, embora nossa cultura de “Natal” pareça falar de fartura; uma profusão de risos familiares e presentes em abundância, não será isso para muitas pessoas. Assim como não foi para a Criança nascida em Belém. Muitos de nós não teremos condições de pagar os presentes que nossos filhos desejam; e muitos de nós talvez não tenham entes queridos com quem compartilhar o festejo. Na verdade, as festas de final de ano podem ser um lembrete doloroso daqueles que perdemos, ou daqueles que nunca tivemos em primeiro lugar.
Qualquer que seja o caso, para mim neste Natal, sou recordado que meu Senhor é um Senhor que conhece o pior cenário possível neste mundo. Sua “verdadeira luz” vem no caminho da vivificante Cruz, que Ele compartilhou conosco desde o primeiro dia de Sua vida divino-humana. Enquanto me preparo para recebê-l’O, quero abrir-me com gratidão à Sua luz e ao Seu poder. Eles se derramam abundantemente sobre todos nós, seja na pobreza ou na riqueza, na saúde ou na doença, entre a família ou na solidão. Ele nasce para compartilhar tudo conosco, dando-nos “poder de nos tornarmos filhos de Deus”, — como a Criança em uma gruta mal iluminada em Belém.
Versão brasileira: João Antunes
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