“O que devemos nós oferecer-Te, Ó Cristo, que, para nosso bem, apareceste na terra como um homem? Cada criatura feita por Ti oferece-Te gratidão: os anjos oferecem um hino; os céus, uma estrela; os magos, presentes; os pastores, sua admiração; a terra, sua gruta; o deserto, uma manjedoura e podemos oferecer-Lhe uma Virgem Mãe! // Ó Deus, tende piedade de nós!” (Stichera das Vésperas da Natividade)
Na verdade, Ela, a Virgem Santíssima, é oferecida. Ela é oferecida como o melhor que “nós” temos para oferecer. E por “nós” queremos dizer “Ela”, como uma de nós. Porque Ela é a pessoa que toma essa decisão, de oferecer a sua vida, todo o ser, corpo e alma, ao serviço do plano de Deus. Ela se oferece ao mistério da Encarnação, desde o momento em que Ela diz “que assim seja” para o anjo (Lucas 1,38). Esta decisão, feita por Ela, significaria uma vida de provações extremas, insegurança e dor, particularmente quando “uma espada traspassou sua alma” na crucificação do seu Filho, como profetizado por São Simeão (Lucas 2,35).
Hoje partilhamos a autodoação ímpar de Maria, como membros do Corpo de Cristo, e celebramos com gratidão, particularmente a grande festa da Natividade de Nosso Senhor [segundo o Calendário Juliano Tradicional]. Pois é através de Seu nascimento que recebemos uma nova vida, uma nova comunhão e uma nova capacidade de dar, criar e crescer em Sua graça. Vou ficar perto dela, agora, em meus pensamentos e orações, enquanto entramos na festa, estando lá para saudá-l’O, ao lado de Sua Virgem Mãe. Por nossa causa Ela dá à luz uma criança, para que nós não permaneçamos estéreis e sozinhos. “Hoje a Virgem dá à luz ao Transcendente”. Glorificai-O!
Versão brasileira: João Antunes
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