À PROCURA DA GLÓRIA

“Como vos é possível acreditar, se andais à procura da glória uns dos outros, e não procurais a glória que vem do Deus único?” (João 5,44)

Assim, o Senhor pergunta àqueles que estão rejeitando-O, àqueles que não acreditam n’Ele, como poderiam possivelmente crer, quando eles “não procuram a glória que vem do Deus único”, mas concentram-se na “glória” humana. A pergunta de Cristo, “Como vos é possível acreditar…” aponta para uma cegueira, uma cegueira causada por um foco sobre o que é essencialmente e inevitavelmente insensata – a opinião meramente humana. Ele não está dizendo que a opinião humana sempre é “má”. Ele está dizendo que um foco nela, com a exclusão da “procura” da glória que vem de Deus, torna a fé impossível.

Esta passagem recorda-me hoje para focar novamente, se eu cometer um deslize tentando agradar as pessoas, buscando aprovação, justificação ou elogios de outras pessoas. Faço isso praticamente no automático, se deixo conscientemente e ativamente de “procurar a glória que vem do Deus único”. Por que isso de “glória” é tão importante e tão potencialmente prejudicial? Porque se eu me concentro em uma espécie de Deus sem glória, que é inevitavelmente não-onisciente e, portanto, não é “verdade”, então eu me esforço para tornar-me alguém ou alguma coisa que “não é verdade”. Só Deus pode me conhecer como eu realmente sou, como Sua criação. Apenas a “aprovação d’Ele”, sua visão do que ou quem é “muito bom” (Gênesis 1,31), pode conceder-me a graça de ser o “muito bom” que Ele me criou para ser, em humilde autoaceitação, em Sua humildade, em Sua graça amorosa.

Hoje que Deus me liberte das brutais inseguranças de buscar a “glória” humana, que me cega para a verdadeira visão de Deus, de mim e dos outros. “Pois Teu é o Reino e o Poder e a Glória”, digo a Ele hoje. Vou ser hoje o “muito bom” que Ele vê em mim, n’Ele.

Versão brasileira: João Antunes

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