O PODER E A VINDA

Mas cuidarei para que, ainda depois do meu falecimento, possais conservar sempre a lembrança dessas coisas. Na realidade, não é baseando-nos em hábeis fábulas imaginadas que nós vos temos feito conhecer o poder e a vinda (δύναμιν καὶ παρουσίαν) de nosso Senhor Jesus Cristo, mas por termos visto a sua majestade com nossos próprios olhos. Porque ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando do seio da glória magnífica lhe foi dirigida esta voz: ‘Este é o meu Filho muito amado, em quem tenho posto todo o meu afeto’. Essa mesma voz que vinha do céu nós a ouvimos, quando estávamos com ele no monte santo. Assim demos ainda maior crédito (βεβαιότερον) à palavra dos profetas, à qual fazeis bem em atender, como a uma lâmpada que brilha em um lugar tenebroso até que desponte o dia e a estrela da manhã se levante em vossos corações.” (II Pedro 1,15-19)

O que é que nos é “feito conhecer”, através dos relatos das testemunhas oculares dos Santos Apóstolos? Não é “apenas” a história da “vinda” de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas também o “poder” dessa história. Ao contrário de muitas outras histórias que ouvimos todos os dias, no nosso ciclo de 24 horas de notícias, a Boa Nova da Sagrada Escritura, uma antecipação da qual já temos na “palavra dos profetas” do Antigo Testamento, traz-nos vida e luz, sempre reavivando e iluminando o “lugar” frequentemente “tenebroso” de nossos corações.

Este é um tipo de “vida e luz” bastante diferente dos nossos outros tipos de “vida e luz”, estou refletindo esta manhã, quando aqueles que seguem o Calendário Juliano Revisado [Calendário Gregoriano] celebram a grande festa da Transfiguração do Senhor. Enquanto vejo o sol nascer na minha bela cidade de Viena, Áustria, onde tivemos vários dias consecutivos de chuva, estou refletindo: Será que o sol vai finalmente aparecer hoje, ou vai chover outra vez? Ao contrário da “vinda” do Sol da Justiça, nosso Senhor Jesus Cristo, a “vinda” diária da luz do sol à minha manhã não é invariavelmente vivida por mim como “poder”.

Graças Te dou, Senhor, pelas lembranças diárias de Ti, nossa Fonte de Luz sempre revigorante, tanto nas Escrituras que nos foram transmitidas, como no nosso ambiente natural. Que eu me volte para Ti, e caminhe em Tua luz, nesta manhã ensolarada.

Versão brasileira: João Antunes

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