“Estai vós de sobreaviso (Βλέπετε δὲ ὑμεῖς ἑαυτούς); pois vos hão de entregar aos tribunais, e sereis açoitados nas sinagogas, e haveis de comparecer diante dos reis e governadores por minha causa, para lhes servir de testemunho. Mas é necessário que primeiro o Evangelho seja pregado a todas as nações. Quando vos conduzirem para vos entregar, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas falai o que vos for dado naquela hora; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo. Um irmão entregará à morte a seu irmão, e um pai a seu filho; os filhos se levantarão contra seus pais e os farão morrer. Sereis também odiados de todos por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo.” (Marcos 13,9-13)
O Senhor exorta-nos a “estar de sobreaviso”, no perigoso negócio de pertencer a Ele, — como se este fosse o tipo de coisa que nos possa acontecer de surpresa, ou mesmo contra a nossa vontade. E assim é, e tem sido, ao longo da História da Igreja. Aqueles que menos provavelmente, e talvez até estejam menos dispostos a pregar o Evangelho “a todas as nações”, a todo tipo de pessoas, têm sido levados a situações em que se encontram fazendo exatamente isso. Simplesmente por causa de quem ou de Quem são, isto é, “cristãos”, ou de Cristo. Seu nome pode estar entre eles e aqueles que lhes são mais caros, ou entre eles e aqueles mais ilustres da sociedade, como algo odioso.
Hoje, se nos virmos rejeitados, simplesmente por quem somos, “não nos preocupemos”, mas sejamos gratos pela lembrança. Não precisamos de reunir as palavras que nos tornarão “simpáticos”, tanto quanto gostaríamos de ser “simpáticos”, mas entregamo-nos à vontade e à palavra do Espírito Santo, que nos liberta para sermos nós mesmos, de acordo com a(s) nossa(s) vocação(ões). Por meio de certas e dolorosas rejeições, somos reafirmados em nosso sentido de pertença e identidade, a e em Cristo. Graças Te dou, Senhor, por nos guiares para a “salvação”; para nos tornarmos cada vez mais quem somos, plena e verdadeiramente humanos, em Ti.
Versão brasileira: João Antunes
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