“[Os numerosos ouvintes enchiam-se de espanto e diziam:] ‘Não é Ele o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?’. E isto parecia-lhes escandaloso. Jesus disse-lhes: ‘Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa’. E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos.” (Marcos 6,3ss)
Muitas das pessoas em Nazaré reagiram com inveja quando Jesus visitou a Sua cidade natal com os Seus discípulos, quando Ele já era famoso pelos seus, muito falados, milagres e sabedoria. Elas eram invejosas, e por isso estavam cegas para Cristo.
Eis a feia verdade sobre a inveja: ela é uma dor que se sente por causa de um desejo de ter a(s) vantagem(ns) de outro. É quase provável que a sintamos em relação a um dos nossos; vizinhos, amigos ou mesmo parentes. A “inveja” deriva do latim “invidia”, que significa “não visão”. É uma cegueira para “o quadro completo” a respeito de mim e dos outros como realmente somos, aos olhos de Deus. Ele vê-nos com todo o nosso verdadeiro potencial, limitações, sacrifícios, dons, etc., que constituem a vocação e jornada únicas de cada pessoa. Mas a inveja faz-me focar num aspecto externo da vida do outro, bem como nalgumas imperfeições presumíveis na minha própria vida, traçando uma comparação numa competição imaginária. Ela distrai-me dos verdadeiros desafios e oportunidades que me são dados de forma única, ao colocar o meu olhar nesta ilusão de competição. A inveja bloqueia a gratidão e a alegria pelos meus próprios dons e pelos dons dos outros, e impede-me de crescer e aprender com eles. Pode afetar tanto a inveja como o objeto invejado, porque a inveja é “neutralizada” ao diminuir o objeto invejado. Assim Cristo diminui a si mesmo em Nazaré, para neutralizar a inveja dos seus compatriotas.
Hoje que eu adote a gratidão, tendo em mente os meus próprios dons e desafios, bem como os dons e desafios dos outros. Que o Senhor me auxilie e me ilumine para ver como Ele vê, e me proteja das ilusões da inveja.
Versão brasileira: João Antunes
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