“Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: ‘Segue-me!’. E ele levantou-se e seguiu-o. Encontrando-se Jesus à mesa em sua casa, numerosos cobradores de impostos e outros pecadores vieram e sentaram-se com Ele e seus discípulos. Os fariseus, vendo isto, diziam aos discípulos: ‘Porque é que o vosso Mestre come com os cobradores de impostos e os pecadores?’. Jesus ouviu-os e respondeu-lhes: ‘Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Ide aprender o que significa: Prefiro a misericórdia (ἔλεος) ao sacrifício (θυσίαν). Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores’.” (Mateus 9,9-13)
O ponto principal de quaisquer regras, regulamentos, jejuns e sacrifícios da Lei é a “misericórdia” – para que Deus nos conceda Sua misericórdia, e para que nós possamos adotá-la, estendendo-a aos demais. A Lei era um instrumento, ou um “pedagogo” (Gálatas 3,24) a nos desacelerar em nossas próprias maneiras e nos ensinar a maneira de Deus, que é misericórdia. O que é “misericórdia” (ἔλεος)? É o transbordar do coração em compaixão e amor pelo próximo. Como Deus diz em Oséias 6,6 e Jesus cita aqui: “Porque Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios, o conhecimento de Deus mais que os holocaustos”. Mas os fariseus, que desdenham os demais por serem “menos justos”, ao seguirem as regulamentações externas da Lei, perdem o ponto.
Então se hoje estou jejuando [devido ao Jejum da Natividade de Nosso Senhor], estou escolhendo um instrumento útil – nada mais e nada menos do que isso. O jejum é, de fato, um “sacrifício” ou um pouco de autodoação. Mas o ponto dele é “me desacelerar” de uma determinada maneira, dando mais atenção à maneira de Deus, que é “misericórdia”. Que Deus abra o meu coração, hoje, a Ele e aos outros, enquanto eu escolho as ferramentas dadas a mim pelas gerações anteriores, não de “justos, mas de pecadores” chamados à misericórdia.
Versão brasileira: João Antunes
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