“Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade; pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado. Lava-me de toda a iniquidade; purifica-me dos meus delitos. Reconheço as minhas culpas e tenho sempre diante de mim os meus pecados.” (Salmo 51,3ss)
É realmente saudável, fazer-se tão “pequeno” diante de Deus? O meu mundo também não se torna pequeno quando eu me concentro em coisas “negativas”, como ter “sempre diante de mim os meus pecados”, ao invés de pedir por coisas mais “positivas”, como mais sucesso ou mais prazer?
Bem, ele não se torna. A humildade faz o meu mundo maior, ao tornar a mim e as minhas necessidades menores. Porque a grande misericórdia de Deus costuma me surpreender quando me sinto com menos “direito” a ela. “A humildade”, como G. K. Chesterton escreve, “era em grande parte expressa como uma moderação sobre a arrogância e a infinidade da cobiça do homem. Ele estava sempre superando suas misericórdias com suas próprias necessidades recém inventadas. Seu próprio poder de gozo destruiu metade de suas alegrias. Ao pedir por prazer, ele perdeu o prazer principal; pois o prazer principal é a surpresa”.
Então que Deus me surpreenda hoje, como só Ele pode, em Sua grande misericórdia, enquanto eu me concentro nas “pequenas” desordens do meu lado. Porque “reconheço as minhas culpas e tenho sempre diante de mim os meus pecados”.
Versão brasileira: João Antunes
© 2017, Ir. Vassa Larin
www.coffeewithsistervassa.com