“A sabedoria edificou a sua casa, e levantou as suas sete colunas. Abateu os seus animais, misturou o seu vinho e dispôs a sua mesa. Enviou as suas servas para que anunciassem nos pontos mais elevados da cidade: ‘Quem for simples venha a mim!’. Aos insensatos mandou dizer: ‘Vinde, comei do meu pão e bebei do vinho que preparei; deixai a insensatez e vivereis; andai pelos caminhos da inteligência’.” (Provérbios 9,1-6)
Essa passagem intrigante é lida nas Vésperas, na festa da Dormição da Mãe de Deus. Por que essa passagem? Porque a “casa” construída pela “Sabedoria” tradicionalmente é vista como uma imagem de Maria, a Puríssima Virgem de Nazaré, que foi escolhida para dar à luz ao Pão da Vida. Ela foi “edificada” por gerações de pessoas escolhidas, gradualmente preparadas por Deus por meio da revelação de Si mesmo a elas, para receber Aquele que seria um novo “caminho da inteligência”. Essa imagem dos Provérbios também representa a Igreja, pois aquela que dá à luz ao Verbo de Deus, é uma imagem da Igreja.
Hoje, que eu me abra a Ele, a Sabedoria de Deus, que veio ao meu mundo por meio e com o consentimento de uma humilde garota judia de Nazaré. Que eu coma de Seu pão e beba do vinho que Ele preparou, em Sua “casa” puríssima, como Ele me convida a fazer. E que eu acolha Seu novo “caminho de inteligência”, que se abre para mim no mistério da partida da Mãe da Vida deste mundo, que Ela não abandona em Sua partida. Não, Ela está sempre “aqui”, como Sua “casa” acolhedora, para a qual sou convidado hoje, quando meu foco é “simples”. Ou seja, quando eu abandono “a insensatez” ou as complicações que a minha própria cabeça cria, e me concentro n’Ele. “Deixai a insensatez e vivereis; andai pelos caminhos da inteligência.” Amém!
Versão brasileira: João Antunes
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