“Por conseguinte, permanece um repouso sabático (σαββατισμὸς) para o povo de Deus. O que entra no seu repouso, repousa também das suas obras, tal como Deus repousou das suas. Apressemo-nos, então, a entrar nesse repouso para que ninguém caia no mesmo tipo de desobediência. Na verdade, a palavra de Deus é viva, eficaz e mais afiada que uma espada de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do corpo, das articulações e das medulas, e discerne os sentimentos e intenções do coração.” (Hebreus 4,9-12)
Estamos entrando no tipo de “repouso sabático” no qual Deus entrou no Sétimo Dia, o que não significa que Ele ficou inativo. Mas Deus “repousou” no sentido de que agora Ele estava deixando que outros tivessem a liberdade de agir, ou seja, nós, sem controlar nossas escolhas. Deus nos deu tudo, e por “tudo” quero dizer comunhão com Ele, para que possamos ter a sabedoria e o impulso para também entrar e participar de Seu repouso não inativo. Somos convidados “a entrar nesse repouso para não cair no mesmo tipo de desobediência”; esse é um dos principais objetivos de nossa jornada de salvação. Isso exige empenho, pois nossa liberdade implica fazer escolhas e tomar decisões difíceis, juntamente com a possibilidade de fazer escolhas erradas. Essas escolhas erradas nos trazem o caos e nos excluem do “repouso” de Deus, por isso precisamos voltar correndo para a comunhão com Deus e entrar novamente em Seu “repouso”.
Nosso entrar e re-entrar no tipo de “repouso” de Deus pode ser um processo de aprendizado doloroso, mas temos a palavra de Deus para nos guiar, quando temos “obediência” a ela; quando a ouvimos. A “obediência” (do latim “ob”, que significa “para/em direção a” + “audire”, que significa “ouvir, escutar”) envolve uma escolha ativa de dirigir nossa atenção ou dar ouvidos não a todas as vozes em nossa cabeça ou em nosso meio, mas à voz de Deus. Sua voz e Sua vontade às vezes são reveladas a nós por meio de nossas perdas, fracassos e rejeições, quando nos permitimos ver com os olhos da fé, quando vemos a boa presença de Deus em nossa vida por meio de nossos altos e baixos. A palavra ou a voz de Deus é “mais afiada que uma espada de dois gumes” no sentido de que Ele, como um jardineiro, nos “poda” às vezes, permitindo que percamos certas coisas e pessoas, para que possamos crescer mais belos e mais cheios de alegria para com nós mesmos e para com o próximo.
Que eu possa entrar no repouso de Deus hoje, deixando também que os outros tenham a liberdade de agir, sem que eu controle suas escolhas. Que a Tua vontade seja feita com todos nós hoje, Pai, e que eu não trave batalhas desnecessárias, para que eu possa me tornar mais belo, e mais útil para Ti, para mim mesmo e para o próximo.
Versão brasileira: João Antunes
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