EM DEFESA DA ALEGRIA

Na mesma região encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos campos, guardando os seus rebanhos durante a noite. Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo. O anjo disse-lhes: ‘Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura’. De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste, louvando a Deus e dizendo: ‘Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado’.” (Lucas 2,8-14)

Será que ousamos nos encher de grande alegria neste Natal, quando muitas vozes (dentro e fora de nossas cabeças) apontam para tudo o que está de errado em nosso mundo, e para muitas razões para nos enchermos de medo de tempos ainda piores que estão por vir? Devemos ousar sim, meus amigos. Porque essas vozes, que tentam nos deixar sem alegria o tempo todo, não são nossas amigas. Elas baniriam toda a alegria da humanidade, porque uma humanidade sem alegria seria incapaz de ter uma vida digna de ser vivida. Nossos verdadeiros amigos, inclusive os mocinhos invisíveis, os anjos, não falam como essas vozes. Os anjos bons dizem: “Não temam…”. Eles dizem: “Vejam: Há boas notícias. Há ‘boas novas’. Venham e vejam…”.

A alegria requer esforço. “Ver” a bondade de Deus e ouvir Suas “boas novas” é uma escolha que exige ação positiva. A alegria entra em nossa vida quando realizamos nossa boa obra, seja qual for o nosso chamado a fazer, assim como entrou na vida dos pastores “nos campos”. Eles não estavam, como nós não estamos, constantemente experimentando “grande alegria” em meio a nossos trabalhos, que também envolvem grandes tristezas. Mas nossas tristezas transformam-se em alegria, no tempo de Deus: “Em verdade, em verdade vos digo: haveis de chorar e lamentar-vos, ao passo que o mundo há-de gozar. Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria! A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque chegou a sua hora; mas, quando deu à luz o menino, já não se lembra da sua aflição, com a alegria de ter vindo um homem ao mundo. Também vós vos sentis agora tristes, mas Eu hei-de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria” (João 16,20ss).

Portanto, deixo-me sentir pesar, em tempos de tristeza, e deixo-me alegrar, quando “veio um homem ao mundo“. O Natal é um desses momentos. E o Homem que veio ao mundo está me convidando para ir vê-lo novamente, porque Ele quer me ver de novo uma e outra vez, com alegria: “Eu hei-de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria”. Ó Senhor, glória a Ti.

Versão brasileira: João Antunes

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