UM DESAFIO AOS AGNÓSTICOS

Teu Nascimento, ó Cristo nosso Deus, fez brilhar no mundo a luz do conhecimento. Nela os adoradores dos astros aprenderam de um astro a adorar-te, Sol de Justiça, e a reconhecer-te como o Oriente vindo do alto. Senhor, glória a Ti!” (Tropário da Festa do Nascimento de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo Segundo a Carne)

No Natal, celebramos não apenas Aquele que nasceu em Belém, mas nossa capacidade humana de “conhecê-l’O”. Isso desafia aqueles de nós que se descrevem como “agnósticos” (ou seja, têm a crença de que Deus talvez possa existir, mas os seres humanos talvez possam não conhecê-lo); para quem é mais fácil acreditar em Deus do que no ser humano. Quero dizer, na dignificante capacidade humana para o conhecimento, especialmente de algo tão importante como Deus.

Mas o hino citado acima proclama que os caminhos humanos para o conhecimento, também os imperfeitos como “adorar os astros”, podem e de fato levam ao conhecimento de Deus, quando os seres humanos permanecem dóceis. Os magos seguiram com honestidade e seriedade o caminho que a busca por mais conhecimento os levou, mesmo quando isso implicava uma jornada difícil e perigosa para um país estrangeiro. Isso os colocou em desacordo com um certo tirano de sua época, Herodes, porque os tiranos não toleram a busca digna e livre de conhecimento entre os seres humanos em seu reino.

Mas Deus pode fazer por nós o que não podemos fazer por nós mesmos, como revelar Sua presença invisível por meio do mundo visível, quando permanecemos dóceis. Para permanecer dócil, preciso cuidar de mim mesmo, de minha capacidade de enxergar com clareza. Os obstáculos para enxergar com clareza podem ser físicos e espirituais. Os físicos são os hábitos pouco saudáveis relacionados à alimentação, à bebida e ao sono, enquanto os espirituais são ressentimentos, medos egocêntricos, raiva, codependência e outras formas de escravidão autoinfligida que afloram no coração e obscurecem minha dignidade humana.

Que eu cuide de mim mesmo hoje, de meu corpo e de meu coração, tomando atitudes adequadas para manter minha dignidade humana e minha capacidade de “Theoptia”, ou “ver Deus”. “Felizes os puros de coração, pois verão a Deus” (Mateus 5,8), nosso Senhor nos promete nesta manhã. Ajuda-nos, Senhor, a purificar nossos corações e nossos corpos dos pesados obstáculos ao conhecimento, para que possamos conhecer a nova liberdade e a nova felicidade que o Senhor nos oferece. Senhor, glória a Ti! E Feliz Segundo Dia de Natal, queridos amigos! Com amor, de Viena, Irmã Vassa.

Versão brasileira: João Antunes

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