O PERDÃO

Quando vos levantais para orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe primeiro, para que o vosso Pai que está no céu vos perdoe também as vossas ofensas. Porque, se não perdoardes, também o vosso Pai que está no Céu não perdoará as vossas ofensas.” (Marcos 11,24b-26)

É fácil ter uma interpretação errônea da passagem acima citada, como se Deus recusasse Seu perdão a nós, a fim de nos punir por não perdoarmos. Mas Deus nunca recusa o perdão; Seu perdão está sempre fluindo abundantemente até nós, se pudermos entender o perdão como uma espécie de energia ou graça divina.

Somos nós que bloqueamos Sua graça, quando fechamos nosso coração para o perdão, quando nós mesmos não perdoamos. Preciso perdoar a mim mesmo e aos outros, deixando de lado minha longa lista de “Sim, mas…” e “Deveria ter…”, para que eu possa “orar” a Deus como sou, Seu filho amado, entre inúmeros outros filhos amados de Deus. Assim, posso receber o amor incondicional e divino que está sendo oferecido a mim, o tempo todo. Eu sou amado, e muito. E também perdoado. Assim como o são todas as outras pessoas imperfeitas que conheço.

É muito difícil aceitar isso, porque temos a tendência de não ousar amar a nós mesmos ou a Deus o suficiente. Mas, quando deixo que o amor incondicional de Deus por nós penetre em minha mente, posso começar a perdoar a mim mesmo e aos outros, e me colocar firmemente de pé diante de nosso Pai amoroso e misericordioso. Não preciso me esconder de Deus, como Adão e Eva fizeram nos arbustos, após a “queda”. Prefiro correr ao encontro do Senhor, como Pedro fez depois de sua “queda”, quando o Senhor ressuscitado apareceu na margem do Lago Tiberíades (João 21). E a única coisa que Cristo perguntou a Pedro foi sobre o amor; Ele não exigiu um pedido de desculpas. Pedro é “restaurado” ao ser recordado de, e dignificado com, seu próprio amor pelo Senhor. E Ele assegura a Pedro Seu amor inabalável por ele, confiando ao Apóstolo que “apascente” as Suas “ovelhas” e “cordeiros”. Amemos a Deus, a nós mesmos e uns aos outros, como Ele nos ama, para que possamos cuidar de nós mesmos e uns dos outros, na luz e na leveza do perdão.

Versão brasileira: João Antunes

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