“Rezai, pois, assim: ‘Pai-Nosso, que estás no Céu, santificado seja (ἁγιασθήτω) o teu nome…” (Mateus 6,9)
É a primeira coisa que pedimos, no Pai-Nosso; que o nome de Deus “seja santificado”. Estamos dizendo: “seja” santo. Mas a quem estamos “pedindo” que “seja” dessa forma? Estamos sendo ensinados a pedir isso a nós mesmos, nessa oração que fomos ensinados a fazer pelo próprio Senhor, para que o “nome” d’Ele e de nosso Pai — Sua “reputação” entre nós, se preferir — não seja manchado por nossas próprias projeções sobre Ele, por nossos próprios problemas, por exemplo, nossos “problemas paternos”, digamos, de um pai distante ou ausente ou excessivamente exigente ou abusivo. Porque o próprio Deus não precisa ser pedido a fazer isso, pois Ele não Se opõe a que Seu nome seja santificado em nosso mundo e em nosso coração. Nós é que fazemos isso. Por isso, “nós” precisamos nos pedir, como Jesus nos ensinou a fazer, quando nos ensinou a orar “assim”, que “seja” com o “nome” de Deus de acordo com as “good news” (boas novas) sobre Ele, que Ele é, de fato, perfeitamente “santo”, perfeitamente dedicado, isto é, ao Seu propósito “para a vida do mundo”.
Hoje, que eu não permita que nenhuma “fake news” sobre Deus, nosso Pai amoroso, crie uma distância desnecessária entre Ele e eu. Ele não tem “problemas de raiva” para comigo, nem está Se fechando para mim por causa desta ou daquela coisa que fiz, ou deixei de fazer, para não me ouvir. Deus já Se uniu a todos nós, pelo amor que tem por todos nós, tanto santos quanto pecadores. Como São Paulo me recorda, “é assim que Deus demonstra o seu amor para conosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós” (Romanos 5,8). Portanto, que eu me aproxime d’Ele hoje, como Ele é, perfeitamente “santo”, e não como Ele não é — alguém meramente humano com seus próprios problemas. Vou me aproximar de Deus por meio de uma oração simples e sincera nesta manhã, fazendo com que Seu nome seja santificado, e não manchado, em meu coração. “Pai-Nosso, que estás no Céu, santificado seja o Teu nome!”.
Versão brasileira: João Antunes
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