Esta manhã, estou lendo o Evangelho de hoje, sobre a conversa de Cristo com Nicodemos, quando o Senhor fala sobre “nascer de novo” ou “nascer do Alto”, da água e do Espírito. Mas Nicodemos não entende, perguntando: “Como pode ser isso?” (João 3,9). É semelhante às perguntas feitas por Zacarias, quando o Arcanjo lhe diz que sua esposa dará à luz um filho em sua velhice, e à pergunta da Santíssima Virgem, quando ela ouve que dará à luz um Filho: “Como será isso…?” (Lucas 1,34).
As “coisas do céu”, das quais Deus muitas vezes nos fala, especialmente as coisas do Espírito, são difíceis de entender ou aceitar, tendo em vista as limitações e dificuldades de nossas “coisas da terra”. Estamos especialmente cientes disso, se acompanharmos o ciclo de notícias 24 horas por dia, 7 dias por semana. Mas hoje sou recordado de que, para um cristão, a notícia de qualquer morte, ou de qualquer uma das muitas mortes que podemos sofrer em nossa própria vida, quando passamos por perdas, rejeição, fracasso etc., é um lembrete da vida nova que Deus pode trazer e traz, para aqueles de nós que aceitam a mão estendida do Senhor ressurreto e permitem que Ele nos tire de nossas amarras.
Portanto, que eu não me afunde hoje na escuridão, seja em minha decepção comigo mesmo, com minha família, com minha comunidade, com meu mundo e assim por diante. Lembro-me das palavras atemporais de Bob Dylan, de que “quem não está ocupado nascendo, está ocupado morrendo”. Nos ocupemos nascendo, o que significa nos fortalecermos com um pouco da palavra de Deus hoje e buscarmos a comunhão com Ele por meio de um pouco de oração, ao longo do dia. Ele está aqui e em ação no meio de nós, Ele vive, e “já não morrerá”, como diz São Paulo (Romanos 6,9). Ele está tão vivo em nosso tempo conturbado, em nosso agora, como sempre. “É este o tempo favorável, é este o dia da salvação” (2ª Coríntios 6,2).
Versão brasileira: João Antunes
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