
“Em verdade, em verdade vos digo: chega a hora — e é já — em que os mortos hão-de ouvir a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão” (João 5,25)
Eu estava aqui sentada na sala de estar do meu irmão em Tessalônica, olhando para a leitura do Evangelho de hoje, e a parte citada acima me chamou a atenção: “chega a hora — e é já…”. Sempre temos esse momento “chegando”, quando nós, muitas vezes nos comportando como mortos-vivos, podemos (potencialmente) ouvir a voz do Filho de Deus. E essa hora sempre pode se tornar o nosso já, quando realmente a ouvirmos e vivermos. Porque Ele nunca para de falar conosco, de nos chamar para que despertemos, para que saiamos, como Lázaro de seu túmulo em Betânia.
É compreensível e muito humano que, de vez em quando, fiquemos abatidos, talvez esgotados por qualquer provação que estejamos enfrentando. Ou talvez tenhamos nos centrado tanto numa situação que outra pessoa esteja vivendo que nos sintamos desanimados com o mundo como ele é. Mas, nesta manhã, nosso Senhor nos diz, “com toda a certeza”, que “chega a hora — e é já — em que os mortos hão-de ouvir a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão”.
O que significa “ouvir” Sua voz, e o que ela está dizendo? Ouvir Sua voz significa: (A) parar de conversar com as trevas, tipo: “Olá, trevas, minha velha amiga…”, e, em vez disso, (B) fazer uma leitura saudável, como a passagem do Evangelho de hoje. Gosto de chamar isso de minha “leitura luminosa”, ao passo que acompanhar certas mídias sociais costuma ser uma “leitura sombria”. Nem sempre, mas muitas vezes isso é bastante sombrio. Minha “leitura luminosa” desta manhã me expõe à luz de Alguém que me recorda de “passar da morte para a vida”, e que isso é possível para mim, se eu estiver disposto a ouvir.
Cristo ressuscitou, meus amigos, e está vivo e presente no meio de nós. Sua voz está sempre falando, em todas as palavras vivificantes que Ele nos ofereceu. E Ele também está ouvindo. Ele também ouve minha voz, enquanto faço minha oração da Hora Prima: “De manhã, escuta, Rei meu e Deus meu, a minha voz!”. Que eu continue repetindo isso nesta manhã, do fundo do meu coração, mantendo-o aberto à vida e à vida em abundância.
Versão brasileira: João Antunes
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