DEUS NOS DÁ “SINAIS”

Veio, pois, novamente a Caná da Galileia, onde tinha convertido a água em vinho. Ora havia em Cafarnaúm um funcionário real que tinha o filho doente. Quando ouviu dizer que Jesus vinha da Judeia para a Galileia, foi ter com Ele e pediu-lhe que descesse até lá para lhe curar o filho, que estava a morrer. Então Jesus disse-lhe: ‘Se não virdes (ἴδητε) sinais extraordinários e prodígios, não acreditais (οὐ μὴ πιστεύσητε)’. Respondeu-lhe o funcionário real: ‘Senhor, desce até lá, antes que o meu filho morra’. Disse-lhe Jesus: ‘Vai, que o teu filho está salvo’. O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe disse e pôs-se a caminho. Enquanto ia descendo, os criados vieram ao seu encontro, dizendo: ‘O teu filho está salvo’. Perguntou-lhes, então, a que horas ele se tinha sentido melhor. Responderam: ‘A febre deixou-o há pouco, depois do meio-dia’. O pai viu, então, que tinha sido exatamente àquela hora que Jesus lhe dissera: ‘O teu filho está salvo’. E acreditou ele e todos os da sua casa. Jesus realizou este segundo sinal miraculoso ao ir da Judeia para a Galileia.” (João 4,46-54)

Esse “funcionário real” implora ao Senhor que “desça” (à sua casa, presumivelmente) e cure seu filho. Cristo cumpre metade desse pedido: Ele cura o filho do homem, mas não “desce” à sua casa. Portanto, Cristo faz esse sinal que, como Ele observa, o “funcionário real” e o seu povo precisavam para acreditar, — mas Ele o faz à Sua maneira, e não exatamente da maneira solicitada pelo “funcionário real”.

Há maneiras pelas quais a palavra do Senhor “cura”, e faz “sinais” e “milagres” em minha vida, mas não da maneira como imaginei ou pedi em minhas orações? Sim. Mas só percebo isso mais tarde, às vezes muito mais tarde, depois que o Senhor já fez a cura à Sua maneira. Também ainda estou aprendendo, e espero que sempre aprenda, a ler os “sinais” que Ele colocou por toda parte, no mundo criado, que falam d’Ele e devem ser reconhecidos por nós, para fortalecer nossa fé. O próprio tempo é colocado em movimento no Quarto Dia da criação para “servir de sinal, determinando as estações, os dias e os anos” (Gênesis 1,14), portanto, o próprio tempo é simbólico, contendo “sinais” dos mistérios de Deus. Por exemplo, os ciclos da noite e do dia, de nosso sono e do despertar do sono, etc., que simbolizam “o sinal do profeta Jonas” (Mateus 16,4) que é dado a todos, ou seja, a ressurreição. Graças Te dou, Senhor, por nos mostrares a Tua vontade, ao mesmo tempo em que dás ouvido à nossa, da maneira sutil e humilde que fazes.

Versão brasileira: João Antunes

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