“Encontrava-se na cidade um homem chamado Simão, que praticava a magia e assombrava o povo de Samaria, dizendo ser ele próprio algo de grande. Do mais pequeno ao maior, todos acreditavam nele. ‘Este homem, diziam, é a Força de Deus, chamada a grande’. Acreditavam nele porque, havia bastante tempo, tinham-se deixado entusiasmar pelas suas habilidades mágicas. Mas, quando acreditaram em Filipe, que lhes anunciava a Boa-Nova do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, homens e mulheres começaram a receber o batismo. O próprio Simão também acreditou e, depois de batizado, andava sempre com Filipe; e, ao ver os grandes milagres e portentos que ele fazia, ficava assombrado.” (Atos 8,9-12)
O povo de Samaria estava impressionado com Simão, seu prodígio local, até que o apóstolo Filipe veio de fora desse “povo” e abriu os seus olhos para uma perspectiva melhor e mais ampla; para a “a Boa-Nova do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo”. Então eles foram “batizados”, o que significa literalmente “imersos” nas águas batismais que significam a morte, o sepultamento e a ressurreição de Alguém imensuravelmente maior do que Simão ou Filipe. Um pouco mais tarde (se você ler mais adiante neste capítulo), eles “recebem o Espírito Santo” pela imposição das mãos de Pedro e João (Atos 8,15). Tudo isso gradualmente pôs fim à obsessão local com a magia e com Simão, que veio a crer em Cristo, embora inicialmente tenha confundido o trabalho dos apóstolos com outra forma de realizar “milagres”.
Estou refletindo sobre a diferença entre buscar “milagres” (no sentido literal da palavra, que vem do verbo latino mirari, que significa “maravilhar-se com”) e crer em Cristo. Embora nossa vida em Cristo não seja desprovida de milagres, de nossa admiração e assombro com Sua presença e Sua obra em nossa vida, a fé exige ação — de nossa parte. Não somos apenas observadores passivos do “desempenho” de outra pessoa nesta ou naquela obra boa ou surpreendente para nós, seja Deus, um sacerdote, um ancião ou um ícone. No curto prazo, um milagre pode nos entusiasmar, mas nosso assombro tem o objetivo de nos estimular ativamente a responder a ele no longo prazo, evoluindo em nossas jornadas carregando a cruz com mais fé, esperança e amor por Deus e pelo próximo. Desculpem, isso provavelmente é óbvio para quem está lendo, mas estou compartilhando com vocês porque pensei nisso esta manhã, meus queridos leitores.
É muito mais gratificante, a longo prazo, cultivar minha fé diariamente do que ser como um mero frequentador da Igreja, que vem em busca de uma “solução rápida” para um determinado problema ou sentimento ruim, e depois segue com seus afazeres como sempre, sem se envolver ou se abrir para a presença de Deus em minha vida. Isso é apenas um pouco do que eu gostaria de compartilhar com vocês hoje.
Versão brasileira: João Antunes
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