
“Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há-de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens.” (Mateus 5,13)
No antigo Israel, o sal era o símbolo de uma aliança de amizade (cf. Números 18,19 e 2º Crônicas 13,5), mais especificamente, uma amizade com ou de Deus. Isso provavelmente se deve à natureza de conservação do sal e, relacionado a esse simbolismo, está o costume eslavo de saudar um convidado com pão, um símbolo da vida, e sal. Assim, o Senhor diz em Marcos 9,50b: “Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros”. O sal simboliza a boa vontade e tudo o que a boa vontade implica (amor, compaixão, humildade, paciência) que sustenta uma amizade. O sal era muito precioso no mundo antigo, assim como a verdadeira amizade é preciosa (e rara). O sal também realça o sabor de vários alimentos, desde que não exageremos, assim como a amizade traz à tona o que há de melhor em nós e melhora a vida.
Como cristãos, nós mesmos somos chamados a ser símbolos vivos e atuantes da boa vontade e da bondade de Deus para com a humanidade; somos chamados a ser “sal da terra”. Mas se nos afastarmos da bondade de Deus, deixando que a inveja, a arrogância, os ressentimentos e os medos egocêntricos sufoquem o “sabor” de Sua graça em nosso coração, então “não servimos para mais nada”, não importando quão corretas ou justas sejam as causas que defendemos. Porque é impossível fazer a diferença, mudar o “sabor” de nosso mundo, sem o “sal” de Sua graça. Que eu me recorde disso neste momento, neste ano de eleições, quando nossas causas às vezes ameaçam destruir nossas verdadeiras amizades. Que eu me abra para Deus nesta manhã, por meio de uma oração sincera, para que eu possa ser humildemente útil, e não arrogantemente inútil, para o meu mundo. “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de mim que sou pecador”.
Versão brasileira: João Antunes
© 2024, Ir. Vassa Larin
www.coffeewithsistervassa.com
