
“Comemorando a Nossa Santíssima, Puríssima, Bendita e Gloriosa Senhora, Mãe de Deus, e sempre Virgem Maria, e todos os santos, recomendemo-nos (παραθώμεθα, предадим) nós mesmos e uns aos outros e toda a nossa vida a Cristo, nosso Deus.” (Grande Litania, Divina Liturgia)
Que eu “recomende” ou entregue a mim mesmo e aos meus “outros” a Cristo hoje, se eu estiver me sentindo frustrado por não ser capaz de ter controle sobre “nós”. Pode parecer absurdo para pessoas mais sãs do que eu, mas às vezes me sinto frustrado, ou até mesmo angustiado, por não ter poder sobre o(s) “nosso(s)” comportamento(s) e a(s) nossa(s) vida(s); a minha e a de meus entes queridos. Em nossa cultura de autoajuda, tendemos a nos concentrar mais nas coisas que precisamos fazer para “consertar” este ou aquele aspecto de nossa vida. Talvez também encaremos nossa vida espiritual dessa forma, esquecendo-nos da importante capacidade de “não” fazer e de nos entregarmos a Deus em determinados momentos e maneiras.
Hoje, quero oferecer ou “recomendar” ou entregar as complexidades de minha “vida inteira” e da vida de meus “outros” nas mãos de Deus. Porque Ele tem todo o poder, enquanto eu não tenho. Ele pode “lidar” com todas as nossas complexidades e tribulações e nos guiar através delas, assim como guiou “todos os santos” em todas as suas vidas muito diversas, ao longo dos séculos. Portanto, que eu não me preocupe em carregar os fardos de toda a minha vida e da vida de meus entes queridos em meus próprios ombros. Mas que eu deixe meu Senhor, que carrega a cruz, carregá-los, como Ele fez por tantas gerações antes de nós, e continua a fazer hoje. Que eu deixe Deus agir, como dizem. “Recomendemo-nos nós mesmos e uns aos outros e toda a nossa vida a Cristo, nosso Deus!”.
Versão brasileira: João Antunes
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