“Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como é que alguns de entre vós dizem que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. Mas se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé.” (1ª Coríntios 15,12ss)
Talvez não andemos por aí dizendo que “não há ressurreição dos mortos”, mas, ao mesmo tempo, talvez vivamos como se, de fato, não acreditássemos nela. Como é que acreditamos na ressurreição dos mortos? Nós a “procuramos” em todas as situações, a “esperamos” ou “ansiamos” por ela, como dizemos no Credo: Προσδοκῶ ἀνάστασιν νεκρῶν / exspecto resurrectionem mortuorum / чаю воскресения мертвых. Como cristãos, somos chamados a olhar sempre em direção a esse “final feliz”, em vez de temer a condenação e a desolação, como se isso fosse o que nos espera logo ali ao virar da esquina. O que nos espera, e o que nós esperamos, é uma coisa boa, não uma coisa ruim.
Não precisamos pegar cada coisa ruim que vivenciamos ou ouvimos nas notícias e torná-la ainda pior, vendo nela algum tipo de sinal de que estamos todos condenados. As coisas ruins são um desafio a ser enfrentado e vencido por meio da bondade e da esperança de Nosso Senhor, que devemos transmitir ao nosso mundo, em vez de desânimo e pessimismo. Se estivermos vivendo com medo ou pavor, então “é vã a nossa pregação”, como diz São Paulo, e “vã é também a nossa fé”.
Nesta manhã, que eu veja todos os processos de pensamentos negativos, especialmente os que envolvem medo e raiva, como oportunidades. São cutucadas que indicam que é hora de mudar as coisas e voltar a acolher a nova vida que sempre está sendo oferecida, em Nosso Senhor. Sua vida nova entra em meu mundo já aqui, uma e outra vez, sempre que me levanto das pequenas mortes do pensamento fundamentado no medo e me permito estar presente a Ele. Isso não significa enfiar minha cabeça num buraco ou ver o mundo com lentes cor-de-rosa. Significa, na prática, dedicar um pouco de tempo à oração sincera e à gratidão; reduzir um pouco o meu (excesso de) compartilhamento de más notícias on-line ou off-line; e ver como posso fazer a minha parte hoje para espalhar a luz e não trevas. Senhor, que eu seja um portador de Sua paz e de Sua esperança hoje. Amén!
Versão brasileira: João Antunes
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