“Prostramo-nos ante a Tua Cruz, ó Soberano, glorificando a Tua santa Ressurreição.” (Hino bizantino da Festa da Exaltação da Cruz)
Por que a cruz? Por que Deus escolheria uma cruz, dentre todos os sinais, como o sinal de Sua (e nossa) vitória; como o instrumento pelo qual Ele venceu, e nós, n’Ele, continuamos a vencer, a morte e as trevas?
Por um lado, quando faço o sinal da cruz, torno-me maior do que eu mesmo. Porque a cruz se ramifica, estendendo-se além de mim. Como Chesterton observou em sua brilhante comparação entre o círculo budista e a cruz cristã: “O círculo volta-se sobre si mesmo como prisioneiro. A cruz abre os seus braços aos quatro ventos; e serve de marco indicador para os peregrinos livres”.
De fato, paradoxalmente, o “jugo” e o “fardo” da Via Crucis me tornam livre. Livre de quê, exatamente? Do medo e da ansiedade de uma vida sem sentido, que caminha em círculos, fechada em si mesma sem Cristo e sem Sua Via. Ele me ensina e me capacita a enfrentar as coisas, em vez de evitá-las; a encarar minhas responsabilidades, minhas deficiências e meus dons, não com medo egocêntrico, mas com humildade, buscando a Ele e ao próximo, em comunhão. Porque, como Chesterton observa nesse mesmo contexto, “o Cristianismo é centrífugo: ele se propaga”. Com nossa liberdade “da” escravidão do ego, vem a liberdade “para” nos tornarmos filhos de Deus cada vez mais belos, que O alegram e uns aos outros, à medida que crescemos para habitar Seu reino com graça e dignidade. Graças Te dou, Senhor, por nos libertares, — do inferno e da escravidão do ego. Feliz Festa da Exaltação da Cruz, amigos que seguem o Calendário Juliano Tradicional!
Versão brasileira: João Antunes
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