“Ofuscados pela tua vinda, ó Mãe de Deus, / nós, o reto povo fiel, celebramos hoje com esplendor, / e contemplando Tua toda-preciosa imagem, / nós dizemos com compunção: / cobre-nos com Teu precioso omophorion [véu], / e livrai-nos de todo o mal, / suplicando a Teu Filho, Cristo nosso Deus, que Ele salve as nossas almas.” (Tropário da Festa da Proteção da Theotokos)
Hoje, em algumas comunidades que seguem o Calendário Juliano Revisado, celebramos a “Proteção da Theotokos”. Como em todas as festas de nossa Igreja, essa festa tem um significado histórico e místico.
Por um lado, estamos celebrando um momento específico da história, quando, por volta do início do século X, a Mãe de Deus apareceu junto com anjos e santos durante uma vigília noturna na igreja de Blaquerna, em Constantinopla. Ao orar pelo mundo inteiro, ela tirou o véu de sua cabeça e o estendeu sobre as pessoas que oravam na igreja, “protegendo-as de inimigos visíveis e invisíveis”.
No sentido místico, que conecta esse evento histórico à nossa própria vida, estamos celebrando as intercessões contínuas da Mãe de Deus (e de toda a Igreja) por todos nós, que nos “cobrem” e protegem, como um cobertor que uma mãe amorosa oferece a seus filhos. Como o Apóstolo Tiago nos recorda: “A oração fervorosa do justo tem muito poder” (Tiago 5,16) .
Nesse sentido, a festa da Proteção é a nossa grata celebração do fato de que na Igreja não estamos sozinhos; temos muito auxílio para as nossas próprias orações, por meio das orações de “muito poder” de toda a Comunhão dos Santos, à medida que avançamos em nossas jornadas carregando a cruz. Gosto de me lembrar do “véu” protetor da Theotokos sempre que vejo um céu azul límpido acima de mim, que é como um ícone da Proteção, porque a cor litúrgica das festas da Mãe de Deus é o azul-claro. Graças a Vós, Mãe de Deus, e Feliz Festa do Não Estamos Sozinhos, queridos amigos!
Versão brasileira: João Antunes
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